Sonda Cassini revela que pode haver vida em lua de Saturno

As colunas de água e vapor que emanam do pólo sul de Enceladus, uma das luas de Saturno, saem de uma fonte calórica de material radioativo, segundo um estudo apresentado nesta terça-feira (13), na Conferência de Ciência Lunar e Planetária, no Texas (EUA). Segundo os cientistas, o satélite reúne os ingredientes fundamentais para a formação de vida como a conhecemos na Terra.

Os gêiseres foram detectados em 2005 pela sonda Cassini. Desde então os cientistas tentavam determinar a força que empurra os jatos rumo a uma superfície em que a temperatura é de 200 graus abaixo de zero.

Nas colunas, o espectrômetro da Cassini detectou a presença de água e gelo, assim como pequenas quantidades de nitrogênio, metano, dióxido de carbono, propano e acetileno.

Segundo a teoria, Enceladus se formou há cerca de 4,5 bilhões de anos, como resultado da mistura de gelo e rochas que continham isótopos radioativos de alumínio e ferro. Durante vários milhões de anos, a decadência dos isótopos produziu um aumento de temperatura e um núcleo rochoso coberto por uma camada de gelo.

Se o modelo teórico for confirmado, os cientistas acreditam que Enceladus teria os elementos iniciais para a formação de vida: uma fonte de calor, materiais orgânicos e água em forma líquida.

“O modelo diz que temos uma mistura orgânica, uma fonte de calor e água, todos os ingredientes para a vida”, disse Dannis Matson, diretor do projeto Cassini no Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa.

“Não estamos dizendo que encontramos vida, mas provavelmente temos evidências de um lugar onde possa surgir vida”, explicou.

A sonda Cassini, lançada em 1997, é um projeto conjunto da Nasa, da Agência Espacial Européia e da Agência Espacial da Itália. (Efe/ Estadão Online)