A AIE – Agência Internacional de Energia pediu nesta quinta-feira (29) para que os países revisem as implicações em termos de segurança energética de suas ações para suavizar a mudança climática, a partir de instrumentos de quantificação que acaba de colocar em teste.
“As políticas aparentemente aceitáveis para reduzir as emissões de CO2 (dióxido de carbono) ou para conseguir segurança energética podem deixar de sê-lo quando são considerados sob o prisma de uma política integrada do binômio mudança climática-segurança energética”, indicou a AIE em comunicado.
Estas conclusões se baseiam em um estudo quantitativo realizado em cinco países europeus (República Tcheca, França, Itália, Holanda e Reino Unido) para identificar as sinergias e os conflitos potenciais. A análise pretende ajudar para que os governos possam oferecer planos que respondam ao mesmo tempo “os desafios climáticos e de segurança energética”.
Os resultados do estudo mostram que, se a dinâmica atual das políticas energéticas continuar, haverá “uma deterioração da tendência” tanto nas emissões causadoras do efeito estufa como na segurança energética para a maior parte dos países examinados.
Nesse sentido, enquanto as emissões de CO2 na República Tcheca se reduzirão em 27% entre 2004 e 2030, aumentarão para 38% na França.
Não haverá exceções na piora da situação no que diz respeito ao preço da segurança energética – grandeza que integra o preço do combustível e sua disponibilidade – com um aumento que irá de 6% na República Tcheca a 42% na França entre 2004 e 2030.
A agência destaca que o Reino Unido e Holanda passarão da posição de exportadores de gás a depender das compras no exterior, entre 2004 e 2010 para o primeiro e de 2020 a 2030 para o segundo.
Os autores do relatório estudaram as conseqüências para a segurança energética de mudanças para reduzir em 5% entre 2004 e 2030 as emissões de efeito estufa e advertem sobre o resultado de substituir o carvão por gás para a produção de eletricidade.
Essa mudança acarretaria um aumento do indicador de preços dos combustíveis, numa variação que iria de 0,1% no Reino Unido a 4,1% na República Tcheca.
O efeito seria muito mais negativo em termos de disponibilidade física de carburante, com alterações que iriam de 4,4% na Itália a 87,2% na Holanda.
Por outro lado, cumprir com o objetivo de uma melhora de 5% na eficiência energética no transporte por estradas permitiria uma redução de preços que ficaria entre 4,6% na Itália a 8,2% na República Tcheca. (Efe/ Estadão Online)