O presidente peruano, Alan García, rejeitou nesta sexta-feira, 30, os estudos que recomendam limitar o número de visitantes no santuário arqueológico de Machu Picchu, situado em Cuzco, antiga capital do império inca. “De onde saem esses relatórios, esses boatos?”, perguntou o líder social-democrata.
García disse também que “ninguém pensa em limitar o acesso à Catedral de Notre Dame”, visitada por 40 milhões de pessoas ao ano, na França. “Eu diria que há uma atitude um pouco alarmista, catastrofista. Peço aos amigos do INC – Instituto Nacional de Cultura um pouco mais de otimismo e um pensamento moderno”, afirmou.
Além disso, García criticou a idéia de aumentar a tarifa de ingresso em Machu Picchu para limitar a entrada a 1.500 pessoas, evitando assim o afundamento ou deslizamento da cidadela.
“Dizem que é preciso subir o custo de ir a Machu Picchu para US$ 100 por pessoa. Assim ninguém vai lá. Com essa decisão só conseguiremos asfixiar as coisas”, opinou.
“Com isso de repente os turistas podem resolver não ir mais a Machu Picchu. E quem sai perdendo?”, comentou García durante um ato público com empresários em Lima.
Atualmente, o santuário inca, que ocupa uma extensão de 50 mil hectares, recebe 2 mil visitantes por dia.
Numa entrevista à agência de notícias Efe, a gerente geral do Escritório de Promoção do Peru (Promperú), subordinado ao Ministério do Turismo, Mara Seminario, tinha afirmado que tentaria reduzir o número de visitantes, que causam um desgaste no solo de Machu Picchu.
Além disso a cidadela inca, encravada na rota que une a selva onde nasce o rio Amazonas e as montanhas que formam os Andes peruanos, sofre do risco latente dos “huaycos”, ou enchentes, na língua dos incas, quíchua. Machu Picchu é a principal atração turística do Peru. (Efe/ Estadão Online)