As dimensões territoriais da Amazônia, na maioria das vezes, impedem que o poder público tenha efetivo controle sobre o patrimônio ambiental. São comuns notícias de roubo de árvores em áreas de preservação, garimpagem ilegal em reservas indígenas e por aí afora.
Em Roraima é conhecida a estrutura do poder Executivo para esta missão. Ainda mais numa região remota de 2,33 milhões de hectares, cortada por uma bacia hidrográfica que se constitui em verdadeiro labirinto. Mantê-la incólume a ganância desmedida e destemida significa alto investimento.
O secretário Álvaro Calegari admite a grandiosidade da área e argumenta que o extrativismo não será aleatório. Ocorrerá de forma planejada, seguindo projetos específicos. Diz que os lotes destinados à exploração serão pequenos – três/quatro mil hectares, com manejo seletivo e fiscalização permanente sobre o que lá se estará fazendo.
“A empresa que for trabalhar será fiscalizada pelo Estado. Não tem outra maneira de se fazer! Por isso a decisão de se trabalhar em módulos menores, georreferenciados para que o Estado tenha efetivo controle sobre a área em exploração”, comentou.
Infra-estrutura – A região não tem infra-estrutura viária e o rio Branco não permite navegabilidade permanente. Os produtos viriam para Boa Vista? Conforme o secretário a madeira pode ser colhida durante o verão e transportada no período das chuvas.
“A cidade de Santa Maria do Boiaçu tem uma pequena infra-estrutura urbana. Por outro lado a idéia é de que a madeira seja industrializada lá na região e exportada para Manaus, trecho onde não existe dificuldade para a navegação. Está definida a implantação de um viveiro para substituir ou enriquecer a floresta. A próxima etapa será definir a forma de exploração”, declarou Álvaro Calegari. (Folha de Boa Vista/RR/ Amazônia.org)