Ativistas do Greenpeace fizeram na manhã desta quarta-feira (04), um protesto na Praia de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, com a intenção de chamar a atenção para os impactos provocados pelo aquecimento global. O grupo lançou uma bóia salva-vidas gigante no mar, a cerca de 150 metros da praia. Com 15 metros de diâmetro, o artefato trazia a inscrição “S.O.S. Clima”.
Os ambientalistas escolheram esta semana para fazer o alerta por causa da divulgação na sexta-feira (06) de um novo relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas, que já apontou conseqüências das alterações climáticas, como o aumento do nível do mar.
Os ativistas deram início à atividade no início da manhã. Eles também pretendiam estender uma faixa de 40 metros que simula uma régua de medição do nível da água num edifício em obras na Avenida Atlântica, mas foram impedidos pelos operários de escalar a fachada. A alternativa foi esticar a fixa nas areias de Copacabana, o que impediu que a maioria dos banhistas compreendesse do que se tratava. Na faixa, havia a frase: “Ainda há tempo”. Da praia também era difícil ler a mensagem da bóia.
Citando algumas previsões pessimistas, o Greenpeace argumenta que o aumento da temperatura poderá chegar aos 4º C em 100 anos, elevando o nível do mar em 50 centímetros. Para os ambientalistas, cartões-postais como o calçadão de Copacabana podem estar sob ameaça.
Rebeca Lerer, ativista do Greenpeace para a Campanha de Clima e Energia, disse que a intenção do grupo é pressionar o governo brasileiro para adotar uma política nacional para o tema e estabelecer o controle do desmatamento da Amazônia como prioridade. “Esta política nacional deve preparar o País para lidar com os impactos das mudanças climáticas, tais como a elevação do nível do mar na costa brasileira, o avanço da desertificação no semi-árido e a savanização da Amazônia”, argumentou a ativista, que já liderou outros protestos polêmicos no Rio de Janeiro.
Em 2005, o grupo invadiu o centro administrativo da prefeitura carioca, no Centro. Os manifestantes escalaram a fachada e estendeu uma faixa contra a compra de madeira ilegal da Amazônia para obras municipais. Dias depois, o prefeito Cesar Maia aderiu ao programa da ONG chamado Cidade Amiga da Amazônia. (Alexandre Rodrigues/ Estadão Online)