Aquecimento força peixes da Austrália a migrarem para o sul

O aquecimento global começa a ter um impacto significativo na vida marinha australiana, empurrando peixes e pássaros que deles se alimentam para o sul e ameaçando os recifes de coral, informou a Commonwealth Scientific and Industrial Research Organization (Organização de Pesquisa Científica e Industrial da Commonwealth) nesta quarta-feira (06).

Conseqüências mais severas – oceanos mais quentes, mudanças nas correntes, distúrbios nos ciclos reprodutivos e migração de espécies – podem ocorrer nas próximas décadas, afetando a vida marinha, comunidades pesqueiras e o turismo.

Espécies de tartarugas, atuns e águas-vivas já estão migrando para o sul, diz o relatório da organização.

Este foi o primeiro estudo de grande porte na região australiana que reuniu pesquisadores do clima, ecologistas e cientistas.

Corais – Os corais na Grande Barreira da Austrália poderão sofrer branqueamentos mais freqüentes, a cada dois ou três anos. Atualmente, isso ocorre a cada cinco ou seis anos.

Os oceanos também estão ficando mais ácidos com o aumento do nível de dióxido de carbono na atmosfera. Isso deve prejudicar organismos que usam cálcio para carbonatar seus esqueletos e conchas, como corais e moluscos.

O sudeste da Austrália será duramente atingido, e o resultado deve ser o declínio do número de peixes na costa leste do país.

Migração humana – O aumento aguardado de migração humana para a costa australiana nos próximos dez a 20 anos, por causa das temperaturas em elevação, também acrescentaria pressão aos mares da região, afirmou Hobday.

Isso tudo viria acompanhado, ainda, da elevação do nível do mar, que levará à erosão costeira.

Na sexta-feira (6), o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), da ONU, apresenta um novo relatório sobre os efeitos do aquecimento global. (Folha Online)