Calor no norte do Paraná favoreceu aumento de casos de dengue, afirma consultor

O consultor do Programa Nacional de Controle da Dengue no Paraná, Glauco Oliveira, disse nesta terça-feira (10) que já esperava o aumento dos casos de dengue no estado neste ano. Em pouco mais de três meses, o Paraná contabiliza 4.098 casos confirmados. As principais causas, segundo o consultor, são o clima quente do norte do estado e a divisa com Mato Grosso do Sul, estado até agora com mais casos de dengue.

“A dengue é uma doença cíclica, que tem um comportamento bem típico. Aqui no Paraná, a gente tem intervalos entre três e quatro anos aproximadamente entre as grandes epidemias (a última foi em 2003, com mais de nove mil casos) e já se esperava realmente uma elevação no número de casos”, afirmou.

As condições climáticas que afetam principalmente o norte do estado, como longos períodos de chuva e elevação da temperatura, são, segundo Oliveira, fatores que contribuíram para aumentar o índice de infestação de larvas dos mosquitos nas residências.

De acordo com Glauco Oliveira, a epidemia deste ano atinge principalmente os municípios da região oeste e norte do Paraná, os que ficam na divisa com Mato Grosso do Sul e na fronteita com o Paraguai. Ele disse que a maioria dos casos é autóctone, ou seja, contraída dentro do próprio estado. Aproximadamente 10% são casos importados.

“O estado do Paraná tem uma particularidade em relação aos demais estados. É o único estado o país que tem uma dicotomia muito grande em relação à temperatura. Essa área do estado que tem a doença, do oeste à região norte, essa parte é uma região historicamente mais quente, e chove mais, condições propícias para a elevação do índice de infestação de Aedes aegypti (mosquito transmissor da dengue) ”.

De acordo com Oliveira, o governo do estado fez uma reunião na semana passada e definiu um grupo de municípios com mais de dois milhões de habitantes, que concentram 93% dos casos e terão as ações de combate à dengue intensificadas. “Várias coisas vão ser feitas, entre elas, a capacitação de médicos, o lançamento de material informativo específico e um esforço concentrado de mídia regional com ações educativas e de formação para toda a população”. (Irene Lôbo/ Agência Brasil)