O Detex será operado pelo Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que também administra os outros dois sistemas usados pelo governo para vigiar a floresta amazônica, o Prodes – Programa de Cálculo de Desflorestamento da Amazônia e o Deter – Detecção em Tempo Real.
Diferentemente do Prodes, que faz leituras abrangentes anuais de imagens esparsas, e do Deter, que identifica clareiras na imensidão da floresta, o Detex será pontual e detalhista. Ele foi concebido para monitorar exclusivamente os distritos florestais, identificando atividades madeireiras no meio da floresta, como abertura de picadas, pátios para armazenamento de toras e retirada de árvores individuais – o chamado corte seletivo.
As primeiras áreas a serem rastreadas pelo Detex serão os distritos florestais da BR-163 e de Carajás, no Pará, e do Madeira-Purus, situado no entroncamento dos estados do Amazonas e de Rondônia, áreas passíveis de planos de manejo de particulares autorizados pelo governo.
O Detex coletará imagens de tamanho 20×20 metro, mais definidas que as fornecidas pelo Prodes (30×30 m) e pelo Deter (250×250 m). Elas serão captadas pelo satélite sino-brasileiro CBERS II e por radares aerotransportados do Sipam – Sistema de Proteção da Amazônia. A conjugação de todos os sistemas (Prodes, Deter, Detex e Sipam) permitirá captar imagens da floresta numa escala que vai do abrangente ao refinado, inclusive porque, em vôos baixos nos aviões do Sipam, pode-se colher imagens ainda mais próximas e precisas.
“Com os vários sistemas que o Inpe concebeu, o Instituto oferece ao Serviço Florestal Brasileiro e ao Ibama um conjunto de instrumentos para que o governo possa exercer a fiscalização em condições cada vez mais eficientes e seguras, disse o consultor do Inpe Cláudio Almeida. Com o Detex, será possível identificar com clareza a ocorrência do corte seletivo, possibilitando uma maior avaliação da situação da mata, além da rápida intervenção da fiscalização do Ibama”, acrescentou Almeida.
A concepção do Detex envolveu várias instituições que compartilham ações para identificar, fiscalizar e coibir as práticas ilegais e predatórias na exploração florestal. Além do Serviço Florestal Brasileiro e do Inpe, fizeram parte das discussões do Censipam – Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia, do Ibama, do Inpa – Instituto de Pesquisa da Amazônia, do Museu Emílio Goeldi e da ong paraense Imazon, ligada a pesquisas na Amazônia. (Rubens Júnior/ MMA)