Os enviados da Unesco vão conversar, entre os dias 23 e 30 de abril, com técnicos especializados em urbanismo e funcionários do governo local para avaliar a aplicação do “Plano Mestre” de conservação do parque. A missão vai analisar principalmente os efeitos do desenvolvimento urbanístico incontrolado registrado na vila de Águas Calientes, localidade situada ao pé da montanha de Machu Picchu. Ali ficam os turístas que saem de Cuzco para visitar a “cidade” Inca.
A equipe também irá verificar as implicações ao santuário arqueológico a construção de uma ponte em Carrilluchayoc. A ponte fica em um dos caminhos que leva os visitantes até o parque. Há a preocupação com um plano de desenvolvimento de infra-estrutura turística nesta área protegida.
Os técnicos da Unesco irão discutir fórmulas com as autoridades locais para uma maior participação social das comunidades na vigilância da flora e fauna do lugar. Nos últimos anos, a região tem sofrido sérios problemas com desabamentos de terras e incêndios. Estes fatos tiveram resultados catastróficos para o meio-ambiente local.
As conclusões colhidas pela missão serão transformadas em um relatório que será apresentado na próxima reunião do Comitê do Patrimônio Mundial. A reunião ocorre em julho, em Christchurch, na Nova Zelândia.
Os secredos de Machu Picchu – Poucos lugares no mundo atraem tanto o imaginário humano quanto a antiga cidadela inca de Machu Picchu. Há até os que acreditam que os incas contaram com uma ajuda extraterrestre para construí-la, no século 15, a quase 2.400 metros de altitude. Mas os guias dizem que foi tudo obra da engenhosidade dos antigos moradores do lugar. Entre céticos e crentes em extraterrestres, milhares de pessoas visitam o santuário todos os anos.
Como chegar – Para a chegar a Machu Picchu, a 120 quilômetros de Cuzco, pode-se viajar de trem. A passagem custa entre US$ 50 e US$ 90, dependendo do conforto do trem. Chegando na estação final, pega-se um ônibus até a entrada de Machu Picchu – mais US$ 10. Para quem tem tempo e disposição, a grande pedida é percorrer a Trilha Inca. O percurso completo tem cerca de 50 quilômetros, e caminha-se pelos antigos trajetos dos incas por quatro dias. A viagem custa cerca de US$ 110 dólares com agências locais, que oferecem alimentação, barracas e toda a orientação necessária. O ingresso para visitar a cidadela custa US$ 20.
Outra opção é ficar em Águas Calientes, um povoado cercado de montanhas com poços de água de até 40°C. Desse lugarejo, é possível seguir a pé, por trilhas, até pontos altos que permitem vistas lindas da região do santuário. Vale a pena conhecer também o Templo de la Luna, um centro de meditação sob as rochas.
Impressionam a organização e a funcionalidade do local, sobretudo quando se pensa que ela foi erguida há quase 600 anos. De um lado, a zona agrícola, com depósitos e um posto de vigilância, de onde se pode ver toda a vila. Do outro, as moradias, as praças públicas e os Templos del Condor e del Sol. Tudo isso no alto de uma montanha – Machu Picchu, na língua quechua, falada pelos incas, significa “montanha velha”. É impossível ficar indiferente aos detalhes do lugar, que revelam uma civilização muito avançada, e até os mais céticos saem de lá pensando ter sentido uma energia diferente.
Os incas foram dominados pelos espanhóis no século 16, mas Machu Picchu permaneceu escondida até 1911, quando foi descoberta pelo historiador americano Hiran Bingham, que deu a ela o título de “cidade perdida”.
A cidade que serve de base para quem visita o Santuário Histórico de Machu Picchu é Cuzco – que na língua quechua, falada pelos incas, significa “umbigo do mundo”. Cuzco foi a capital do império inca e hoje, séculos depois do domínio espanhol, é uma cidade mestiça e colonial, de cerca de 300 mil habitantes. No centro de Cuzco, a Muralha Inca e os museus são pontos de parada imperdíveis. (Gazeta do Povo/PR)