– Além das energias renováveis, os cientistas recomendarão a nuclear por ser menos prejudicial em termos de aquecimento global, disse Wanum Permpibul, delegado tailandês da Rede Internacional de Ação Climática.
Cerca de 2 mil delegados, incluindo cientistas e representantes de aproximadamente 150 governos, se reunirão de segunda a sexta na capital tailandesa para finalizar a declaração com propostas sobre as formas de minimizar a mudança climática.
Analistas prevêem que a reunião terá muita polêmica. Serão apresentadas propostas sobre a utilização de energias alternativas, algumas destas já testadas e outras nem tanto, como a do armazenamento subterrâneo do dióxido de carbono.
O documento final incluirá as medidas a serem adotadas para evitar os efeitos da alta gradual da temperatura por causa da concentração de dióxido de carbono na atmosfera. Segundo uma das versões da minuta, divulgada ao término da reunião, especialistas insistirão na necessidade urgente de atuar contra o chamado efeito estufa.
– Os esforços para a redução feitos durante as duas ou três próximas décadas determinarão o aumento da temperatura global a longo prazo, disse uma versão do citado documento. Desde sua criação, em 1998, o Painel Intergovernamental das Nações Unidas para a Mudança Climática não parou de elaborar relatórios, mas suas recomendações tiveram poucas repercussões até agora.
Na reunião realizada no início de abril em Bruxelas, na Bélgica, o painel alertou que a temperatura subirá entre 1,1 e 6,4ºC ao longo deste século. A previsão é alarmante, já que, segundo cientistas, um aumento acima dos 2ºC levará ao desaparecimento de aproximadamente 30% das espécies da face da terra.
O painel considera que é “tecnicamente e economicamente” viável estabilizar a emissão dos gases estufa se os países, sobretudo os mais industrializados, estiverem dispostos a pagar o custo econômico do processo de transformação de seus sistemas de fornecimento de energia, produção agrícola e tratamento de resíduos. As conclusões do painel da ONU em Bangcoc servirão como ponto de referência nas futuras negociações multilaterais sobre a mudança climática.
– O que o documento sugerir será exposto na conferência que decidirá a direção dos esforços do mundo sobre a mudança climática após o Protocolo de Kyoto, apontou Martin Hill, analista do Fundo Mundial para a Natureza.
(Fonte: EFE / JB Online)