Estudo vai propor captura de CO2 para reduzir poluição

Um novo estudo do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas propõe um programa mundial de captura direta de emissões de gases do efeito estufa em fábricas e geradoras de eletricidade.

O estudo, terceiro da série preparada pelo Painel, apresenta também o recurso da energia de origem nuclear para reduzir as emissões de CO2 na atmosfera, que contribuem com o aquecimento do planeta, antecipa a edição de hoje (domingo) do jornal britânico “The Sunday Times”.

O primeiro dos três estudos, elaborados por cientistas de todo o mundo, confirmou a realidade da mudança climática, enquanto o segundo alertou para os desastres que serão registrados caso não se chegue rapidamente a uma solução.

O terceiro, que será publicado oficialmente na Tailândia, na próxima sexta-feira, propõe medidas para minimizar ao máximo o impacto da mudança climática, explica o jornal britânico.

Os níveis de dióxido de carbono na atmosfera são atualmente de 382 partes por milhão, contra as 237 partes por milhão de antes da era industrial, e que aumentam, de forma acelerada, ao ritmo de duas partes por milhão por ano.

De acordo com o “Sunday Times”, o terceiro relatório mostra que os combustíveis fósseis como gás, petróleo e o carvão são tão abundantes e baratos, que está previsto um aumento das emissões de CO2 nos próximos anos.

Por isso, a melhor forma de reduzir as emissões seria capturar o CO2 e armazená-lo permanentemente, seja por meio do bombeamento para depósitos subterrâneos, ou de seu transporte para as profundezas do oceano, para que se dissolva na água do mar.

Segundo um relatório anexo, dessa forma seria possível recolher cerca de 40% das emissões globais de CO2.

O problema, segundo os especialistas, é que os processos de captura e armazenamento desse tipo de emissão ainda estão em estágio inicial, do ponto de vista da tecnologia disponível.

Atualmente funcionam no mundo três projetos de armazenamento em escala industrial: na costa da Noruega, na Argélia e no Canadá.

Em todos eles, o CO2 é armazenado em um subsolo rochoso, mas somente em pequenas quantidades.

No entanto, segundo o relatório, a indústria nuclear conta com uma tecnologia bastante desenvolvida, e que já foi adotada amplamente no mundo todo.

Porém, o potencial para reduzir as emissões do efeito estufa ainda é desconhecido, uma vez que a energia nuclear é normalmente usada para atender a crescente demanda, e não para substituir os combustíveis fósseis.

Segundo o “Sunday Times”, o relatório afirma que o maior desafio será estabilizar o consumo energético, de modo que as energias nuclear e renováveis possam começar a substituir os combustíveis fósseis.
(Fonte: EFE / Yahoo)