“Isso vai se encaixar no marco da ONU”, disse Bush a jornalistas, referindo-se à proposta feita por ele na semana passada, de que os 15 maiores poluidores mundiais aceitem, até o final de 2008, metas de longo prazo para a redução nas emissões de gases do efeito estufa.
Washington anunciou também sua oposição à proposta da chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel, para a adoção de rígidas metas de redução das emissões de gases do efeito estufa durante o encontro dos líderes dos principais países industrializados, cuja pauta deve incluir também a defesa antimísseis e a África.
Muitos países europeus temem que a proposta americana esvazie as discussões da ONU sobre um tratado global que substituiria o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, também já expressou uma preocupação semelhante.
Antes de se encontrar com Merkel para um almoço, Bush disse que os EUA servirão de ponte entre as várias abordagens contra a mudança climática.
Perto do local da cúpula, a polícia usou canhões de água para dispersar grupos de manifestantes que tentavam perturbar a reunião. Um porta-voz policial disse que a reação foi necessária depois que “os manifestantes bombardearam a polícia com pedras”. De acordo com essa fonte, 10 mil ativistas violaram a proibição de manifestações na área e poderiam ser presos.
Em Londres, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, disse que a cúpula precisa aceitar uma meta para a redução dos gases do efeito estufa dentro de um novo acordo global contra a mudança climática.
“O que será importante no G8 é que consigamos um acordo no sentido de que deve haver um novo tratado global que envolva todos os principais atores, inclusive os EUA e a China, e que no coração disso tem de haver uma meta global para uma redução substancial das emissões de gases do efeito estufa”, disse Blair.
Mas um importante assessor de Bush disse que os EUA não vão subscrever reduções drásticas, nem a meta européia de limitar o aumento da temperatura a um máximo de 2º C acima dos níveis pré-industriais.
“Neste momento, a respeito dessa questão específica, não temos um acordo ainda”, disse James Connaughton. (Reuters/ Estadão Online)