Setenta anos se passaram e hoje é sabido que ali estão guardadas verdadeiras preciosidades animais e vegetais da Mata Atlântica, a mais devastada entre os biomas brasileiros, com apenas 7% de sua vegetação nativa ainda remanescente. Hoje, com 30 mil hectares, o parque está completando uma reestruturação que servirá de exemplo aos seus pares mais jovens. “Estamos inaugurando uma nova etapa. A principal meta é torná-lo uma referência para a estruturação das unidades de conservação do Brasil inteiro”, diz o diretor do Parque Nacional do Itatiaia, Walter Behr.
Essa renovação foi possível com a aplicação de recursos de compensação ambiental. O parque dispôs de aproximadamente R$ 3,5 milhões para realizar uma série de reformas previstas no “Programa de 70 anos”, lançado pela ministra Marina Silva em abril do ano passado, possibilitando a recuperação de um importante ponto turístico, o Centro de Visitantes, além da sede administrativa, do núcleo de fiscalização e dos alojamentos.
Os 70 anos foram celebrados nesta quinta-feira com uma programação de palestras e homenagens. A comemoração prosseguirá no dia 28, quando será colocada, ao lado da pedra fundamental de Getúlio Vargas, uma nova rocha alusiva ao septuagésimo aniversário. Para o diretor de Unidades de Conservação de Proteção Integral do Instituto Chico Mendes, Marcelo Françozo, a condição de mais antigo é apenas uma parcela do que torna o parque especial. “O Itatiaia tem um patrimônio natural muito rico que precisa ser protegido, além de possuir uma beleza cênica poucas vezes encontrada em outro lugar”, afirma Françozo.
As paisagens realmente são um dos diferenciais do parque, que atrai mais de 80 mil visitantes por ano. Entre suas atrações incluem-se lagos, cachoeiras, uma piscina natural, nascentes e picos montanhosos, como o Pico das Agulhas Negras. Não obstante, está localizado no eixo Rio-São Paulo, abrangendo alguns municípios do sul de Minas Gerais e sudoeste do Rio de Janeiro. “Aquela região é muito ocupada pelo homem. Isso aumenta a importância de ter ali uma área protegida”, diz Françozo.
Para ampliar o número de 80 mil visitantes anuais e incentivar o turismo ecológico na região, o Parque Nacional do Itatiaia contará com novas exposições no centro de visitantes, totalmente revitalizado. Além da recuperação da fachada do prédio erguido nos anos 1940, o projeto prevê a instalação de terminais multimídia com as principais informações do parque, bem como uma mostra de fotografias, uma cafeteria e uma loja de souvenir. Para completar, haverá uma exposição interpretativa, jogos interativos para a educação ambiental das crianças e uma sala de montanhismo.
Os abrigos de visitantes também foram reformados. Um novo folder, o “Planalto do Itatiaia”, elaborado em parceria com a Famesp – Federação de Montanhismo de São Paulo, orienta a visita de turistas na parte alta do parque, contendo as principais trilhas e recomendações para caminhadas e escaladas. Os recursos para as obras e projetos, provenientes de compensação ambiental, totalizam R$ 3,05 milhões da Terna Participações, holding brasileira de transmissão de energia, e R$ 415 mil de Furnas. O parque também conta com parceria da Natura, Instituto Votorantim, INB – Indústrias Nucleares do Brasil e Cogumelo (madeira plástica), entre outras. (MMA)