A ESA explicou nesta quarta-feira (01) em comunicado que se pretende aplicar um dispositivo “extremamente preciso e único” sobre os campos gravitacionais da Terra. Tal modelo terá utilidade não somente para a geodesia mas também fornecerá novas perspectivas sobre a circulação das correntes dos oceanos, a mudança climática, a elevação dos níveis do mar, os terremotos e o vulcanismo.
A geodesia é a subdivisão da geofísica que se ocupa da determinação das dimensões e forma da Terra, o campo gravitacional terrestre, a localização de pontos fixos e o estabelecimento de sistemas de coordenadas. A observação espacial deve servir para corrigir os dados oferecidos pelo conhecimento da mudança gravitacional terrestre, que às vezes pode induzir a erros porque os materiais não estão distribuídos de forma uniforme no planeta.
Uma mostra das divergências científicas é a medida da altura do Everest, que oficialmente era em 1999 de 8.550 metros, mas que o organismo estatal chinês de cartografia fixou em 8.844,43 metros. Um mapa mais preciso da gravidade terrestre obtido através da observação do espaço será uma contribuição significativa para a geodesia, segundo a ESA.
“Medir os picos de nosso planeta usando uma referência padronizada nos ajudará a entender melhor a Terra”, explicou o diretor de pesquisa da Autoridade Norueguesa de Cartografia e Cadastros, Bente Lilja. Para o cientista, o estudo ainda permitirá comparar as alturas das montanhas.
“Outro benefício será uma melhora em nossas capacidades para prever o comportamento da Terra e fornecer a informação necessária para ajudar a prevenir desastres e eventos economicamente prejudiciais”, acrescentou. (JB Online)