Uma equipe dirigida pelo professor Geert Leroux-Roels, do Centro de Vacinologia do Hospital Universitário de Gante (Bélgica), propõe uma estratégia que permitiria que muito mais pessoas fossem vacinadas em caso de uma pandemia.
A cepa H5N1 do vírus da gripe aviária, que seria a responsável por uma pandemia da doença, contém um subtipo de antígeno (H5) que, de modo geral, enfraquece a resposta imunológica dos seres humanos.
Em razão disso, a tradicional estratégia de administrar uma só dose de vacina contra a gripe muito provavelmente não seria suficiente para imunizar o vacinado. A equipe belga propôs, então, o emprego de um método que requeira menos antígenos – moléculas que estimulam a formação de anticorpos – por dose.
Em seu estudo, os pesquisadores avaliaram a reação de oito grupos de 50 voluntários com entre 18 e 60 anos. A eles foram administradas quatro doses do citado antígeno – com 3.8, 7.5, 15 e 30 miligramas de hemaglutinina cada uma -, com e sem a emulsão de óleo em água.
Em seguida, foram recolhidas amostras de sangue para a análise das respostas imunológicas. Ficou comprovado que, com a utilização das emulsões, foi obtida uma resposta imunogênica muito superior à registrada quando o antígeno foi administrado sem o suplemento.
Segundo os cientistas, a dose de 3.8 miligramas da vacina com emulsão induz, em três de cada quatro indivíduos estudados, uma resposta imunológica seis vezes superior à estimulada pela mesma dose sem esse suplemento.
Isso significa, de acordo com os pesquisadores, que muitos antígenos poderiam ser poupados e, conseqüentemente, mais pessoas poderiam ser vacinadas. Os resultados obtidos indicam ainda que a vacina com emulsão poderia ser administrada antes da explosão de uma eventual pandemia de gripe aviária, o que minimizaria seus efeitos negativos. (Globo Online)