A Indonésia, com 13% de vulcões ativos do mundo e afetada por 11% dos grandes terremotos que ocorrem no planeta, é provavelmente o país mais vulnerável aos desastres naturais, segundo o chefe do Departamento de Ajuda Humanitária da Comissão Européia (Echo, na sigla em inglês) para a Indonésia e Timor-Leste, Carlos Afonso.
“Nos últimos dois anos, a Indonésia sofreu dez desastres naturais graves, além várias inundações periódicas, a cada ano mais graves devido ao desmatamento e à concentração de população”, destaca Afonso.
O tsunami de 2004, seguido pelos terremotos de Nias e Yogyakarta no ano seguinte, a erupção do vulcão Merapi, a corrente de barro de Sidoarjo, o terremoto e tsunami de Panandaran, as inundações em Aceh em dezembro de 2006 e as inundações de Jacarta em fevereiro último são apenas as catástrofes mais graves no país. Há muitas mais.
“A enorme extensão, a população e a situação dentro do Anel de Fogo do Pacífico fazem da Indonésia provavelmente o país mais vulnerável do mundo aos desastres naturais”, diz Afonso. Ele acrescenta que a mudança climática, com chuvas cada vez mais volumosas e períodos de seca mais longos, pode agravar a situação no futuro.
A União Européia lidera a ajuda humanitária no país.
“Ao falar da Indonésia, freqüentemente as pessoas se fixam no seu grande crescimento econômico e esquecem que, apesar dos lucros dos últimos anos, metade da população vive com menos de US$ 2 por dia e mais de 20 milhões com menos de US$ 1”, ressalta Afonso.
O governo da Indonésia preparou uma Lei de Gestão de Desastres Naturais como resposta à prevenção de catástrofes. (Folha Online)