O secretário de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social do Ministério da Ciência e Tecnologia, Joe Valle, ressaltou que o centro será uma referência nacional e internacional.
“Estamos trabalhando com raças adaptadas ao clima tropical, específicas, e que produzem um leite de qualidade e economicamente viável para o Cerrado, com a possibilidade de produzir um leite ambientalmente correto”, disse
O secretário explicou que a distribuição do material genético oriundo do centro, para a inclusão dos pequenos produtores e produtores familiares, vai dar aos seus rebanhos praticidade na produção de leite, facilidade na ordenha. “Isso será revolucionário na pecuária de leite nacional”, afirmou.
O pesquisador e chefe-geral da Embrapa Cerrados, Roberto Teixeira Alves, disse que o Distrito Federal e o Entorno produzem apenas 15% do leite consumido na região. Os 85% restantes vêm de fora, principalmente das bacias leiteiras de Minias Gerais e de Goiás.
“Então existe a necessidade de se produzir mais leite na região, gerando mais empregos, movimentando mais a economia e atendendo mais ao consumidor, num preço até mais competitivo. A nível de Brasil e a nível internacional, o centro tem uma grande importância, porque além de uma mão-de-obra mais qualificada, ele vai fazer pesquisa caracterizando geneticamente cada uma das raças trabalhadas aqui”, disse.
O fazendeiro e criador da raça zebuína Julio Horta aposta no trabalho que será desenvolvido pelo centro. “Quando você está distribuindo tecnologia, você está melhorando a genética, então vai melhorar a produção leiteira individual de cada vaca. Então, no total, você vai aumentar a produção de leite”.
Segundo Horta, na região do Distrito Federal e Entorno os cerca de 40 criadores de gado zebuíno produzem de 80 mil a 90 mil litros de leite por dia.
O treinamento e a capacitação sobre produção de leite será dado a partir de janeiro de 2008, em parceria com a Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra-DF).
Os treinamentos vão abordar a formação de pastagens, higiene de ordenha, sanidade animal, vacinação, controle de carrapato, entre outros assuntos de interesse do pequeno produtor.
O Centro de Transferência de Tecnologias de Raças Zebuínas com Aptidão Leiteira foi criado em parceria com os ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; do Desenvolvimento Agrário; da Ciência e Tecnologia; da Emater/DF – Empresa de Assistência Técnica e Expansão Rural, da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu e das Associações de Criadores de Raças Zebuínas Leiteiras. Os investimentos foram de cerca de R$ 1,8 milhão. (Agência Brasil)