Um grupo de países ricos descumpriu seu compromisso de fornecer um total de US$ 1,2 bilhão para ajudar as nações em desenvolvimento a combater as conseqüências da mudança climática, denuncia neste sábado (24) o jornal britânico “The Guardian”.
Em 2001, durante reunião realizada em Bonn, União Européia (UE), Canadá, Noruega, Suíça, Islândia e Nova Zelândia se comprometeram a contribuir com US$ 410 milhões ao ano entre 2005 e 2008 para ajudar às nações em desenvolvimento e pediram que outros países seguissem seu exemplo.
O dinheiro serviria para indenizar os países mais pobres – como Bolívia, Bangladesh e Mali – pelos efeitos prejudiciais que poderiam sofrer nas próximas décadas por causa do aquecimento global, atribuído principalmente às emissões de gases estufa dos países desenvolvidos.
A maior parte do dinheiro arrecadado seria administrada por uma organização batizada de Global Environmental Facility (GEF), com sede em Washington, que distribuiria os recursos através de programas patrocinados pelo Banco Mundial (BM) e pela ONU.
No entanto, segundo as contas apresentadas na última reunião da entidade, até 30 de setembro tinham chegado às suas mãos apenas US$ 177 milhões dos US$ 1,2 bilhão prometidos.
Para Andrew Pendleton, analista da organização Christian Aid (Ajuda Cristã), o caso “representa uma promessa de ajuda quebrada em grande escala e de um cinismo espetacular”.
“O sinal que captamos por todas as partes é de que os desenvolvidos não têm vontade de cumprir seus compromissos morais e legais”, disse o analista da ONG.
Segundo Saleem Huq, diretor do grupo sobre mudança climática do Instituto Internacional do Meio Ambiente e Desenvolvimento (IIED, em inglês), o Reino Unido deveria ter fornecido entre 20% e 25% dos US$ 1,2 bilhão prometidos se forem consideradas suas contribuições anteriores à ajuda internacional.
“A maioria dos participantes do debate sobre a mudança climática discute como reduzir as emissões (de CO2) e como conseguir que Estados Unidos, China e Índia assinem um acordo, e prestam bem menos atenção aos efeitos da mudança climática nos países mais pobres e na responsabilidade que os ricos têm de ajudá-los”, criticou Huq.
De acordo com a Christian Aid, os pobres das regiões rurais são os mais vulneráveis aos efeitos catastróficos da mudança climática como inundações, secas e furacões, que ganham cada vez mais força.
(Fonte: Portal G1)