Segundo ela, a União Européia não recebeu até agora um “convite formal” para o encontro, que pretende reunir as economias mais poderosas do planeta para discutir a questão da mudança climática.
“Temos ouvido que a reunião poderia ocorrer no final de janeiro em Honolulu, no Havaí. Estou segura que poderemos tomar uma decisão sobre a presença no evento nas próximas semanas”, disse ela.
Na semana passada, durante a Conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre mudança climática, em Bali, na Indonésia, o ministro do Meio Ambiente alemão, Sigmar Gabriel, afirmou que a UE poderia boicotar o encontro de Honolulu se os Estados Unidos não aceitassem a inclusão no documento final da conferência compromissos claros para redução da emissão de gases poluentes.
No fim do processo de negociações, que pareciam caminhar para o fracasso, a União Européia concordou em fazer concessões e recuou em sua exigência de incluir, no documento, metas e prazos rígidos para a redução de emissão de gases poluentes por parte dos países desenvolvidos.
A UE dizia considerar fundamental que o documento produzido em Bali para guiar as discussões nos próximos dois anos, o chamado “mapa do caminho”, incluísse referências às metas obrigatórias de cortes de emissão recomendadas pelo IPCC (Painel Intergovernamental para Mudança Climática).
Os norte-americanos, no entanto, eram contra qualquer menção a essas metas, que prevêem uma redução de 25% a 40% nas emissões dos países desenvolvidos até 2020.
O texto final acabou por mencionar apenas que a comunidade internacional “reconhece que deve haver severas reduções nas emissões mundiais”.
Pontos positivos – Segundo a porta-voz da UE, a conferência alcançou o “principal objetivo” buscado pelo bloco, que supostamente era chegar a um “acordo global e efetivo” para o período pós-Kyoto.
Helfferich afirmou que os principais avanços da Conferência de Bali foram os Estados Unidos terem firmado o compromisso de aderir de maneira efetiva às negociações sobre a mudança climática e a referência explícita à necessidade de os países em desenvolvimento também tomarem medidas nessa direção.
Novo passo – Segundo o texto aprovado, o processo de negociação internacional para um acordo que reforce a luta contra a mudança climática a partir de 2012 deve começar, no máximo, entre março e abril de 2008.
Um novo acordo para o período pós Protocolo de Kyoto deve ficar pronto até 2009, para que os países tenham tempo de ratificá-lo. (Folha Online)