Não há surto epidêmico de febre amarela no Brasil, garante ministro

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, e o secretário de Vigilância e Saúde do órgão, Gerson Pena, descartaram, na tarde desta quarta-feira (9), durante entrevista coletiva em Brasília, que não existe um surto epidêmico de febre amarela no Brasil. “A doença está distante dos centros urbanos. Os casos suspeitos são todos oriundos de regiões rurais”, explicou o ministro.

Segundo Temporão, “a situação está sob controle. Não há risco de epidemia”. Só no Distrito Federal, duas pessoas morreram nesta semana com suspeitas de terem contraído febre amarela.

Febre amarela – O Ministério da Saúde anunciou que a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) liberou nesta quarta-feira um lote de dois milhões de doses de vacina contra a febre amarela. “Temos possibilidade total de atender toda a demanda por vacinas com o lote adicional”, assegurou Temporão.

Apesar da falta de vacina em alguns postos de atendimento, o ministro disse que a oferta está garantida. “Todos que necessitarem da vacina serão atendidos”, afirmou Temporão. “É natural a falta momentânea em alguns locais, mas isso não é estrutural”, completou.

O ministério quer priorizar o atendimento de localidades com notificação de macacos mortos próximos a áreas urbanas, como ocorreu em Goiás e no DF. Temporão explicou que não é necessário vacinação em massa. “A orientação é para que se vacine quem vai se deslocar para áreas de risco”, disse.

Para o Ministério da Saúde, a aproximação da febre amarela das áreas urbanas é preocupante. Por isso, além do reforço no número de vacinas, vai montar postos itinerantes de vacinação em localidades nas quais foram registradas mortes de macacos.

Parque Nacional – O Ministério da Saúde também recomendou que Parque Nacional de Brasília, conhecido como Água Mineral, permaneça fechado por mais 10 dias, até que saia o laudo conclusivo relativo à morte de dois macacos no local. A suspeita é de que os macacos tenham contraído o vírus da febre amarela.

O secretário de Vigilância e Saúde do Ministério da Saúde, Gerson Penna, afirmou que a medida foi tomada considerando ao alto número de visitantes que o Parque Nacional recebe diariamente.

De acordo com Gerson Pena, desde 1942 não há registro de febre amarela urbana no Brasil. Todos os casos registrados atualmente são de pessoas que contraíram a doença ao entrar nas matas. “A febre amarela tem uma vacina 99% eficaz. Ela é fabricada pelo Ministério da Saúde, por meio da Fiocruz. É uma doença completamente evitável”, disse o secretário.

Segundo ele, o Ministério da Saúde está intensificando a vacinação em regiões endêmicas, pois, no verão, há uma maior circulação de mosquitos somada ao fato de mortes de macacos próximos a áreas urbanas.

Primeiro caso registrado – Na sexta-feira (4), o trabalhador rural João Batista Gonçalves, de 31 anos, morreu em Goiânia com suspeita de ter contraído febre amarela.

Segundo os médicos, os primeiros exames indicaram que o quadro dele era da doença, mas o exame que apontará a real causa da morte levará 90 dias para ser concluído.

Vacinação – Para evitar a propagação da febre amarela, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (DF) realizou uma campanha de vacinação entre os dias 29 e 31 de dezembro. Mais de 150 mil pessoas foram vacinadas durante a campanha preventiva, que começou depois da suspeita de que macacos teriam morrido no DF contaminados com a doença.

A partir desta quarta-feira, os postos de saúde do DF funcionam ininterruptamente, das 8h às 17h, de segunda a domingo.

Em Goiás, armadilhas foram montadas nas matas que ficam em áreas urbanas. Cerca de 40 animais morreram na Região Metropolitana de Goiânia em pouco mais de dois meses. Em três casos, foram confirmadas mortes por febre amarela. (Globo Online)