Chan se referiu à ameaça da mudança climática para a saúde humana, em seu discurso na abertura do Conselho Executivo da OMS, no qual ressaltou a importância da aceitação, por parte dos líderes mundiais, dos perigos da mudança climática.
“Segundo as últimas previsões, divulgadas em novembro, a África será severamente afetada (pela mudança climática) até 2020. Restam apenas 12 anos. Nosso setor tem boas provas do que as secas, inundações, tempestades, ondas de calor, poluição do ar, desnutrição, deslocamento de povoações e doenças transmissíveis significam para a saúde”, assinalou Chan.
Ela lembrou, nesse sentido, que a relação entre mudança climática e saúde será o tema central do Dia Mundial da Saúde, que será celebrado em 9 de abril.
A diretora-geral se mostrou otimista em relação à evolução do combate a algumas doenças cujos índices de mortalidade são altos, como a aids e a tuberculose.
Sobre a aids, disse que as estimativas publicadas em 2007 indicam que a incidência global teve seu pico máximo no final dos anos 90, e que o número de pessoas mortas em decorrência da doença vem caindo nos últimos dois anos.
“É encorajador. Mas ainda estamos muito longe do objetivo do acesso universal. Não fazemos o suficiente para prevenir o contágio de mãe para filho”, assinalou.
Sobre a tuberculose, disse que as taxas da doença se estabilizaram em algumas partes do mundo e chegam até a cair, mas chamou a atenção para a aparição de novos tipos de tuberculose resistentes aos medicamentos.
Ela lembrou ainda que a doença segue causando 1,4 milhão de mortes evitáveis por ano.
Chan se mostrou bastante otimista acerca do combate à malária, que nos últimos anos adotou um alto perfil em nível político e público.
“A melhor razão para o otimismo vem dos resultados que obtivemos em alguns países africanos, especialmente graças a uma cobertura mais ampla e ao uso da nova estratégia de gestão doméstica”, assinalou.
Por fim, Chan destacou os benefícios para as crianças da estratégia global de imunização, que foi desenvolvida conjuntamente pela OMS e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
“A OMS constatou uma redução das mortes por sarampo, especialmente na África, e um contínuo aumento na vacinação rotineira”, afirmou.
O Conselho Executivo da OMS é integrado por representantes de 34 Estados-membros da ONU, designados para um mandato de três anos.
Esta reunião, que ocorrerá até o dia 26, é a primeira das duas realizadas anualmente pelo organismo.
Outras questões que serão abordadas durante o encontro são a preparação para uma possível pandemia de gripe; a erradicação da poliomielite e as estratégias para reduzir o consumo nocivo de álcool e as mutilações genitais femininas. (Globo Online)