O apoio já foi tratado em uma reunião entre representantes da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e do Ministério da Defesa, segundo informou ao programa Amazônia Brasileira, da Rádio Nacional da Amazônia, o presidente em exercício da Funasa, Josenir Nascimento.
“Solicitamos aeronaves para entrarmos na área de forma mais eficiente. Hoje usamos barcos que levam até 22 horas para chegar em determinados lugares”, adiantou Nascimento. “A Marinha vai antecipar a embarcação do navio Carlos Chagas, para pegar o rio cheio e descer mais adentro, atingindo o máximo de aldeias possível.”
Nascimento disse que o Ministério da Defesa já recebeu pedidos específicos para envio de barracas de campanha e equipamentos próprios para acampar na mata. Ele ressaltou o envolvimento de autoridades e profissionais de saúde do município de Atalaia do Norte (AM) e do estado do Amazonas no planejamento da operação. Parte do hospital de Tabatinga deve ser cedida pelo Exército para atender demandas emergenciais da operação e o governo estadual já está comprometido a transferir profissionais para fortalecer o atendimento.
A idéia da Funasa é que o município de Cruzeiro do Sul, no Acre, também funcione como base operacional. O Rio Javari, que dá nome à terra indígena, é também o marco de fronteira do Brasil com o Peru e a Colômbia. O local concentra o maior número e a maior diversidade de grupos de índios isolados do país. Dos 69 grupos conhecidos pela Fundação Nacional do Índio (Funai), 16 estão no Javari.
O presidente da Funasa admitiu ainda a intenção de convencer o Ministério da Justiça a autorizar a construção de mais três pistas de pouso em aldeias do Javari, além da adeqüação de outras já existentes. Pela lei, a proteção das terras indígenas compete à Funai, com o apoio da Polícia Federal, ambas subordinadas ao ministério.
“Para a vigilância e para a saúde precisa de pista. A necessidade não é só da Funasa, mas da Funai e do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) também”.
A previsão de Josenir Nascimento é de que, em virtude de questões burocráticas, a operação para atendimento de saúde no Vale do Javari comece de forma efetiva no mês de março, quando deve se iniciar a visitação nas aldeias.
Em abril, o governo pretende lançar uma grande campanha nacional de vacinação indígena. “A idéia é lançar (a campanha) em Tabatinga, para representar a vontade política do governo em solucionar as demandas do Vale do Javari”, ressaltou o presidente da Funasa. (Agência Brasil)