O Serviço Nacional de Meteorologia disse que pelo menos dez tornados atingiram a região, cortando a energia elétrica no norte da Flórida e no sul da Geórgia.
Joe Thornton, morador da Flórida, contou que tinha acabado de sair para o trabalho quando recebeu um telefonema dando conta de que sua casa, em Capitola (perto de Tallahassee, capital do Estado) havia sido rasgada pelo vento.
Voltou e achou pedaços do teto de metal do vizinho enganchados em suas árvores. “Basta um desse tornados para que toda uma vida pagando seguros tenha valido a pena”, disse Thornton. “Sinto-me abençoado por estarmos todos bem.”
Presos foram postos para trabalhar no corte de velhos carvalhos cortados ao meio pela tempestade, que segundo os moradores começou e parou muito rapidamente. Em vários lugares há registro de carros virados pelo vento.
O Centro de Previsões de Tempestades do departamento meteorológico contabilizou 368 tornados em janeiro e fevereiro, bem acima da média dos últimos três anos, de pouco menos de 60 tornados nesses dois meses de inverno.
No começo de fevereiro, uma onda de tornados – a pior em duas décadas nos EUA – matou pelo menos 57 pessoas em quatro Estados.
Os tornados podem conter ventos de mais de 500 quilômetros por hora. Ocorrem a qualquer época do ano, mas a temporada normalmente só se intensifica a partir de março.
A atividade prematura deste ano se deve a um padrão climático excepcional que provoca ondas sucessivas de baixa pressão nos EUA, segundo Greg Dial, do Centro de Previsão de Tempestades. “Esses padrões não duram para sempre,” afirmou.
Alguns climatologistas dizem que seria razoável atribuir a antecipação dos tornados ao aquecimento global, mas não necessariamente um aumento no número de tornados, já que o fim da temporada também ocorreria antes.
Cerca de 800 tornados são registrados por ano nos EUA, a maioria na “Alameda dos Tornados”, uma planície entre as Montanhas Rochosas e os Montes Apalaches. Eles matam em média 80 pessoas por ano no país. (Estadão Online)