Uma multa de mesmo valor foi aplicada ao responsável pelo Cemas na época dos sumiços, o biólogo Paulo Martuscelli.
Tanto a fundação quanto o profissional têm prazo de 20 dias, a partir do recebimento da multa, para apresentar uma defesa ao Ibama.
O centro, localizado no Horto Florestal, na zona norte da capital, é para onde são encaminhados exemplares apreendidos com criminosos, além dos animais atropelados ou resgatados no Estado.
Comércio ilegal – A suspeita de alguns fiscais é a de que a falta de controle de entrada e saída dos bichos encubra um esquema de desvio e de comércio ilegal de animais.
Todo exemplar levado ao Cemas deveria obrigatoriamente ser registrado –entre os procedimentos para a realização desse controle está a colocação de anilhas, por exemplo.
Sem esse controle, os animais podem ser procriados e eventuais desvios não se tornam oficiais. Entre os animais desaparecidos do Cemas ou em situação irregular estão seis espécies ameaçadas de extinção: papagaio-chauá, tiriba-de-Goiás, cardeal amarelo, pixoxó, sauá e gato-do-mato-pequeno.
No mercado ilegal, o preço cobrado pelos animais varia muito. O valor das aves depende, por exemplo, da raridade da espécie e da qualidade de seu canto -podem custar entre R$ 500 e R$ 60 mil.
A investigação teve início em 2004 e foram auditados mais de 6.000 registros de entrada e de saída de animais no Cemas.
Zoológico – Em fevereiro deste ano, uma multa chegou a ser lavrada para o Zoológico de São Paulo – atual responsável pelo Cemas. Entretanto, o Ibama diz que o desaparecimento dos animais e os problemas com registro ocorreram antes de janeiro de 2005, período em que o centro ainda estava ligado à Fundação Florestal.
“Houve equívoco no preenchimento de um auto, o que gerou documento errado e inviabilizou a remessa ao seu destinatário. (…) Não foi considerado que o Cemas, um projeto sem personalidade jurídica, era gerido pela Fundação Florestal no período das irregularidades”, disse o Ibama, em nota.
Ao menos dois fiscais ouvidos pela reportagem, entretanto, dizem que problemas também podem ter ocorrido após o zoológico ter assumido o Cemas – informação que o Ibama e o zôo negam.
A Polícia Federal investiga o caso do sumiço dos animais silvestres. A investigação está sob segredo de Justiça. (Folha Online)