Greenpeace invade navio vindo do Brasil em águas francesas

O Greenpeace anunciou nesta segunda-feira (17) ter interceptado na região da França um navio carregado com madeira vinda do Brasil. Segundo a organização, cinco ativistas de Alemanha, Inglaterra, Itália e Chile entraram no navio para protestar contra o carregamento de madeira supostamente ilegal com destino à União Européia.

O cargueiro Galina 3 foi tomado pelos membros da organização quando estava se aproximando do porto de Caen, na França. Eles bloquearam a entrada do navio no porto, portando uma faixa com os dizeres “Parem o Corte Ilegal de Árvores”, em francês.

De acordo com o Greenpeace, o navio de 16 mil toneladas saiu do Porto de Santarém, no Pará, com destino ao Caen, onde deveria chegar na segunda-feira, com madeira supostamente tirada de forma ilegal da Amazônia.

Com o protesto, a organização quer pressionar a União Européia a adotar medidas mais rígidas para controlar a entrada de maneira nos países que fazem parte do bloco.

O grupo afirma que os ativistas ainda estão dentro do navio, mas não informou quando ou de que forma eles devem sair.

Segundo a administração do Porto de Santarém, o navio estava a serviço da operadora Brisa Shipping, com sede em Belém. Procurada pela Folha Online, a empresa disse não ter mais informações sobre o assunto.

Culpa – A organização ambientalista afirma que a União Européia tem grande parte da responsabilidade pelo desmatamento no Brasil. De acordo com estudo divulgado hoje pelo Greenpeace, 15 países da Europa importam 48% das 1,6 milhão de toneladas de madeira amazônica exportada pelo Brasil em 2007. Os principais destinos foram Holanda (14%), França (13%), Espanha (6%), Portugal (6%) e Bélgica (4%).

“Se a União Européia quiser zerar o desmatamento e combater os impactos das mudanças climáticas, ela precisa usar seu poder econômico para introduzir uma nova e rigorosa legislação florestal para banir a entrada de madeira ilegal e predatória no mercado europeu”, afirma Judy Rodrigues, da campanha de florestas do Greenpeace Internacional, em nota. (Folha Online)