A reportagem, intitulada “O Mito da Energia Limpa”, afirma que políticos e grandes empresas estimulam bicombustíveis como alternativas ao petróleo, mas isso está provocando uma alta do preço de alimentos, intensificando o aquecimento global e fazendo o contribuinte pagar a conta.
A reportagem afirma que o desmatamento na Amazônia está sendo acelerado por uma “fonte improvável: os biocombustíveis”.
De acordo com o texto, “uma explosão da demanda por combustíveis agrícolas tem provocado uma alta recorde do preço mundial de colheitas, o que tem causado uma expansão dramática da agricultura brasileira, que está invadindo a Amazônia em um ritmo alarmante”.
A reportagem diz que apenas uma pequena fração da floresta vem sendo usada para o plantio da cana-de-açúcar que gera o etanol brasileiro, mas acrescenta que o desmatamento resulta de uma “reação em cadeia tão vasta que chega a ser sutil”.
Efeito em cadeia – Esse efeito em cadeia, de acordo com a Time, tem início nos Estados Unidos, com o cultivo do milho usado para a fabricação da versão americana do etanol.
Segundo a revista, os fazendeiros americanos estão destinando um quinto do milho que cultivam para a produção de etanol, o que obriga os produtores de soja dos Estados Unidos a trocarem sua colheita tradicional pela do milho.
Essa transição vem fazendo com que fazendeiros de soja no Brasil expandam seus terrenos de cultivo, tomando áreas antes destinadas a pastos de gado. E obrigando produtores de gado a levarem suas fazendas para a Amazônia.
O artigo afirma que “é injusto pedir a países em desenvolvimento que deixem de desenvolver regiões sem dar qualquer compensação”.
Mas acrescenta que, mesmo com incentivos financeiros suficientes para manter a Amazônia intacta, os elevados preços de commodities estimulariam o desmatamento em outras partes do mundo. (Globo Online)