Apontada como uma das dez empresas mais poluidoras das águas no Brasil, a Fundição Tupy contestou os dados apresentados pela organização não-governamental (ONG) Defensoria da Água, ligada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) no relatório O Estado Real das Águas no Brasil.
“O relatório não merece credibilidade. O Morelli [Leonardo Morelli, editor do relatório e secretário-geral da ONG] jamais entrou em contato com a empresa para conhecer nossas ações de gestão de meio ambiente, que são rígidas”, argumentou Eder Mesquita, gerente de engenharia de qualidade e meio ambiente da Tupy.
O documento classificou as empresas de acordo com prejuízos provocados aos recursos hídricos por ações ou omissões em relação a vazamentos ou depósitos irregulares de resíduos. E colocou a Tupy entre as que mais poluem, por “contaminação das águas em diversas unidades industriais nas margens da Baía da Babitonga (SC), pela falta de controle na geração, tratamento e destinação final de resíduos”.
Mesquita rebateu: “A Tupy nunca agregou nenhum componente que viesse à piorar a qualidade da água da baía.” E informou que desde 2006 a empresa tem três estações de tratamento de efluentes, que processam resíduos industriais e sanitários.
Em relação a outra acusação feita à Fundição Tupy no relatório – a de “incentivo ao tráfico interestadual de resíduos sólidos para reutilização de material tóxico (areia de fundição) na pavimentação de ruas” –, ele afirmou que o uso de areia de fundição em asfaltamento, segundo Mesquita, é “comum no mundo inteiro”.
Já sobre a transferência do resíduo para a cidade mineira de Extrema, afirmou que foi conseqüência de uma parceria entre a metalúrgica e órgãos ambientais do estado, para “estudos experimentais” da utilização da areia de fundição em asfalto. “O trecho foi todo mapeado e controlado e os estudos só demonstraram resultados positivos”, apontou.
A empresa informou que entrou com um pedido formal de resposta à ONG sobre as acusações.
(Fonte: Luana Lourenço / Agência Brasil)