A reunião desta segunda-feira constitui “a primeira ocasião em que há colaboração entre líderes espirituais e a UE” em matéria de proteção do meio ambiente, segundo afirmou na coletiva de imprensa o presidente da Comissão Européia (CE), José Manuel Durao Barroso, que qualificou o encontro como “intenso e frutífero.”
Tanto Barroso como Janes Jansa (também o primeiro-ministro esloveno) e Hans-Gert Pöttering, presidentes do Conselho e Parlamento europeus, respectivamente, disseram que as religiões podem desempenhar um papel fundamental para conscientizar a opinião pública sobre a necessidade de atuar contra a mudança climática.
Em particular, e a partir de sua posição como referência moral da comunidade a que atendem, as igrejas “poderiam conseguir que as pessoas mudassem seus hábitos, realizando um consumo mais responsável e mais respeitoso com o planeta”, segundo o arcebispo de Vilna, Audrys Huozas Backis.
Ainda assim, os representantes das distintas religiões que convivem na Europa e os responsáveis pelas instituições européias abordaram a necessidade de reconciliação entre as crenças e de fomento de diálogo intercultural.
Pöttering declarou que a respeito do que pesem as diferenças que possam existir em muitos temas, todos concordam em promover o respeito e a tolerância, “ao contrário dos que falam em choque de civilizações.”
Por sua parte, o presidente da CE destacou a importância de “compatibilizar a liberdade de expressão e o respeito entre crenças”, algo que, segundo disse, “será a chave no futuro da Europa.”
Quando perguntado sobre esse mesmo tema, o teólogo muçulmano da Bósnia Herzegovina, Mustafá Céric, se referiu ao documentário sobre o islamismo do deputado holandês Geert Wilders, o qual, indicou, “provavelmente não contribuirá a melhorar a liberdade de expressão, mas ferirá muitos corações.”
Por último, o presidente do Parlamento Europeu disse que o diálogo entre as autoridades comunitárias e as igrejas e as comunidades religiosas européias logo será “juridicamente vinculativo, uma vez que está incluído na reforma do tratado da UE.” (Fonte: Estadão Online)