Em uma avenida na região central, junto a um ponto de ônibus, o pesquisador Eduardo Dantas mede a qualidade do ar e fica preocupado. “Nós encontramos agora na nossa medição 134 microgramas de partículas por metro cúbico de ar. O Conselho de Meio Ambiente recomenda no máximo 80 microgramas metro cúbicos de ar”, afirmou.
O médico e pesquisador Paulo Saldiva, da Universidade de São Paulo (USP), explica que respirar um ar assim é o mesmo que fumar. “Em um dia como hoje, o paulistano está fumando aproximadamente o equivalente a dois cigarros. Isso é uma agressão pequena. Nós vamos ter uma inflação pulmonar, febre, nossos glóbulos brancos vão estar aumentados, capacidade dos esforços do coração estará prejudicada.”
Dentro do pulmão, existem cílios, que funcionam como vassouras. Os poluentes provocam um efeito desmatamento. Quando as partículas de poluição entram no organismo, o pulmão produz muco. Sem os cílios, esse muco fica acumulado e atrapalha a entrada do ar. Além disso, a poluição destrói as paredes dos alvéolos – bolsas rosadas, onde o ar é absorvido. Tudo isso significa menor capacidade respiratória.
Fora de casa, o jeito de fugir da poluição mais pesada é evitar as grandes avenidas que têm trânsito intenso com muitos ônibus e caminhões. Quem tem carro com ar-condicionado deve usar o modo de recirculação que não absorve o ar de fora. E as pessoas que praticam atividade física devem levar em conta o local e o horário. (Fonte: G1)