Apesar de deságio em leilão, Minc comemora venda de “boi pirata”

O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) comemorou nesta sexta-feira (29) a venda de 3.046 cabeças de gado apreendidas em junho na Operação Boi Pirata. Apesar dos bois terem sido arrematados pelo lance mínimo (R$ 1,3 milhão), com deságio de 60% em relação ao preço do primeiro leilão, Minc disse que o governo tem como objetivo combater as criações ilegais na região da Amazônia Legal.

“Foi um ótimo negócio vender os boizinhos piratas. Aliás, pirata é o dono do boi. O nosso objetivo não é ganhar dinheiro vendendo boi. O nosso objetivo é defender as unidades de conservação, combater a impunidade ambiental”, disse.

Minc afirmou que, além da venda dos 3.046 bois, outros 35 mil deixaram a região da Terra do Meio (PA), onde as cabeças leiloadas foram apreendidas.

O ministro anunciou, ainda, que o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) também conseguiu retirar outros 20 mil bois de unidades de conservação na região Norte.

O ministro foi enfático ao afirmar que o governo vai manter a Operação Boi Pirata, mesmo que não tenha lucros nos leilões das cabeças de gado. “Aviso aos piratas donos dos bois: tirem os seus bois das unidades de conservação porque a operação boi pirata vai continuar.”

O Ministério do Meio Ambiente teve que realizar cinco leilões para conseguir vender as cabeças apreendidas na região da Terra do Meio. Irritados com a apreensão dos bois, criadores boicotaram as ofertas de venda em represália à operação. O nome do comprador das cabeças não foi divulgado.

A estimativa do governo é gastar R$ 400 mil para transportar o gado da reserva da Terra do Meio (PA) para um município vizinho, o que na prática reduz o lucro do leilão para R$ 900 mil.

Cana – O ministro negou que o governo esteja disposto a liberar o plantio de cana no Pantanal, como chegou a ser levantado pelo Ministério da Agricultura.

“Por que escolher no Pantanal, que a gente tem que preservar com unhas e dentes? E mais: se a gente agredir a Amazônia ou o Pantanal com cana, lá fora os protecionistas vão usar este argumento para criar barreira ao álcool brasileiro. A gente quer o etanol verde que não destrua nenhum bioma brasileiro”, defendeu. (Fonte: Gabriela Guerreiro/ Folha Online)