A construtora Norberto Odebrecht, responsável pelo consórcio que vai gerir as obras e administrar a hidrelétrica de Santo Antônio, no rio Madeira (RO), está envolvida em problemas referentes à construção de três usinas no Equador e um projeto de irrigação.
Desde o dia 7 deste mês, a Central hidrelétrica San Francisco, cuja participação da construtora é de 20%, está parada devido às fissuras existentes nos dutos subterrâneos, com 11,25 quilômetros e que conduzem a água até as turbinas. “Existiram, sem dúvida, erros de fiscalização do projeto San Francisco por parte da empresa brasileira, por isso é preciso investigar os responsáveis pelo assunto”, palavras do ex- ministro de Energia equatoriano, Alberto Acosta.
Além dos problemas estruturais, foram constatados desgastes nos rotores das turbinas causados pela abrasão dos sedimentos contidos nas águas do rio Pastaza. Além da usina, duas outras hidrelétricas e um projeto de irrigação, feitos pela construtora, também estão sendo alvos de críticas no país. O governo equatoriano está realizando estudos que serão conhecidos em setembro.
Outro projeto polêmico, no qual a construtora é a responsável, é o Toachi Pilatón, cujo contrato é similar ao de San Francisco. As principais críticas enfrentadas referem-se ao licenciamento da construção ter sido feito antes da análise ambiental ser concluída.
Um terceiro projeto a cargo de Odebrecht é a Usina Hidrelétrica Baba. A empresa não só ganhou o concurso para fazer a obra, como fazia parte inicialmente de um consórcio particular para ganhar benefícios com sua construção. “O projeto não era de uso múltiplo, mas sim de abuso múltiplo”, disse o ex-ministro ao apresentar um documento denunciando as irregularidades. Frente às denúncias, o governo equatoriano mudou as regras, assumiu a execução e ratificou a empresa como construtora.
A Odebrecht também constrói um quarto projeto de irrigação, cuja segunda fase foi atribuída à associação Hidalgo e Hidalgo e Norberto Odebrecht em maio de 2007 pelo governo. Contudo, em agosto do ano passado, o governo disse que o projeto não seria continuado por questões de sobretaxas. Meses depois, o mesmo governo disse que a obra continuaria, já que o consórcio encabeçado pela construtora baixou o custo de US$ 102 milhões para US$ 84,8 milhões.
San Francisco
A hidrelétrica San Francisco começou a ser construída em 2004 com o desvio de parte das águas turbinadas da já existente Central Agoyán para os dutos subterrâneos com 7m de diâmetro, formando um rio “canalizado” que corre paralelo ao rio Pastaza por 11,25 quilômetros e 200m de queda, até a casa de máquinas de San Francisco, também subterrânea. Esse projeto hidrelétrico de San Francisco, no Equador é resultado de uma parceria entre Odebrecht, Furnas, Alstom e Vatech.
(Fonte: Amazonia.org.br)