Essas características são importantes para o momento atual da cultura de cana, usada tanto para a produção de açúcar quanto para a fabricação de etanol. “Hoje existe uma necessidade de, a cada ano, a safra de cana começar o mais cedo possível” afirmou Andrade.
O diretor explicou que, no Centro-Sul, a safra passou do começo de julho para o período entre março e abril, época do ano em que as cana ainda está verdes. Por isso, acrescentou, há a necessidade de uma variedade que comece a safra com elevada quantidade de açúcar.
A fertilidade em solos de baixa produtividade também é destacada. “Esse é o tipo de solo onde está a nova fronteira da cana, onde ela está começando a se expandir, no cerrado goiano, no cerrado mato-grossense e no cerrado mineiro”, lembrou Andrade.
As características das novas cultivares são importantes para a produção de etanol e biodiesel porque viabilizam a cana de alta produtividade nos ambientes de expansão da fronteira agrícola, que possuem solo fraco, segundo o diretor. Além do avanço da cultura para áreas menos aptas, essa característica também possibilita menor gasto com adubos, assinala a Valane de Mello Ivo, pesquisadora da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) Tabuleiros Costeiros.
A pesquisa que resultou no lançamento de hoje foi desenvolvida durante 14 anos. Não há cálculo para o gasto específico na produção dessas três cultivares, mas o programa de pesquisas de variedades de cana tem investimentos de cerca de US$ 4 milhões por ano, e, nos últimos quatro anos, lançou 18 variedades, contando as apresentada nesta terça-feira. Todos os custos do programa são financiados pelo setor produtivo e somente os associados que investem no CTC terão acesso às novas variedades, informou Andrade. (Fonte: Radiobrás)