“A ata do Incra é uma fraude e não consta a assinatura do Regivaldo”, afirmou Siqueira à Agência Brasil. “Ele esteve na reunião, mas o documento não representa a verdade”, completou.
O advogado disse que Taradão, como o fazendeiro Regivaldo é conhecido na região, “não está se contradizendo” e apresentou documentos que comprovariam a venda e a posterior revenda do lote 55. Com isso, ele sustentou a tese de que Regivaldo não seria dono do lote 55 quando a missionária americana foi assassinada. Argumentação que seu cliente sempre usou perante à Polícia Federal e à Justiça para se distanciar das acusações de ser o mandante do crime.
Siqueira mostrou um contrato de venda, datado de 5 de abril de 2004, um ano antes da morte de Dorothy, no qual Regivaldo vende os três mil hectares do lote 55 a Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, por R$ 1,6 milhão.
“O Bida pagou à vista R$ 80 mil, mais R$ 450 mil, em forma de uma fazenda, além de 22 mil arrobas de carne de boi gordo”, disse Siqueira, ao explicar a forma de pagamento constante no contrato.
Em junho deste ano, no entanto, Bida teria vendido a terra para Taradão, alegando que não pôde usufruir da área, pois a Justiça decretou que ela pertence à União.
“Depois da absolvição, Bida procurou Regivaldo para desfazer a venda, alegando que não pode usufruir (da área). Então, Regivaldo devolveu a fazenda que havia recebido e pagou outros R$ 183 mil em gado”, afirmou Siqueira.
Em relação à ida de seu cliente ao Incra no último dia 28, Siquiera afirmou que Taradão estaria atendendo a pedido de assentados, que o teriam procurado para tentar um acordo para não serem retirados da área. (Fonte: Ivan Richard/ Agência Brasil)