O Ministério da Saúde confirmou a morte, no mês passado, de um macaco por febre amarela no município de Tiradentes do Sul, noroeste do Rio Grande do Sul. A região, considerada zona de transição da doença, apresenta uma alta cobertura de vacinação e, por isso, a maior preocupação do governo é evitar a corrida aos postos de saúde pela revacinação. Para que o fenômeno registrado no início deste ano em todo o País não volte a ocorrer, o ministério recomendou às prefeituras que alertem a população para o fato de que a revacinação é desnecessária.
“Seria se expor a um risco a mais”, afirmou o diretor do Departamento de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde, Eduardo Hage. “Tomar duas vezes o imunizante não aumenta o risco de efeitos colaterais. Mas todo produto pode apresentar reações adversas. Uma pessoa protegida não precisa se expor a isso.” A vacina tem validade de 10 anos. Somente pessoas que se vacinaram antes de 1997 devem procurar postos de saúde para receber uma nova dose.
Há outras mortes de macacos sob investigação. Uma delas, no município de Três Passos, região de fronteira com a Argentina, onde recentemente foi confirmada a circulação do vírus da febre amarela. Especialistas em vigilância sanitária acompanham todos os registros de morte de macacos e usam os casos como um “sinalizador” da circulação do vírus, o que pode aumentar o risco de casos em humanos.
Hage ressaltou, porém, que o fato de haver um caso confirmado no Rio Grande do Sul não indica um aumento do risco da doença em outros pontos do País. “É preciso manter a vigilância e orientar a população que vai para a região se proteger”, disse. A febre amarela é provocada por um vírus, transmitido para o homem através da picada do mosquito infectado. A infecção, que pode ser prevenida com vacina, apresenta altos índices de letalidade. No início do ano, o País registrou um surto da doença. Até fim de julho, haviam sido confirmados 45 casos – com 25 mortes. (Fonte: Lígia Formentti/ Estadão Online)