“A expectativa era que (o índice de desmatamento) ia aumentar entre 30 e 40%. Foram tomadas uma série de medidas que levaram à queda em maio, junho e julho. Por isso, o Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal) praticamente estabilizou, tendo o aumento de 3,8%. Qualquer aumento é ruim, só que a expectativa era de 30 a 40%”, afirmou Minc.
Entre os fatores que contribuíram para evitar um aumento ainda maior no desmatamento da Amazônia, Minc destacou a resolução do Banco Central que bloqueia o crédito rural a produtores que tenham desmatado ilegalmente suas propriedades.
As ações de combate ao desmatamento nos 36 maiores municípios responsáveis pela degradação das terras da floresta, segundo Minc, também contribuíram para o pequeno aumento no índice –assim como decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que permitiu a venda de produtos obtidos por meio de ações criminosas ambientais.
Minc disse que a pequena elevação no índice também é conseqüência do alto preço das commodities registrado nos meses de maio a julho. “Eu não fico 100% convencido dessa explicação, mas é a melhor explicação que deram. O que houve foi realmente elevação acentuada do preço da carne e da soja”, afirmou o ministro.
Segundo dados do Inpe, a área total desmatada entre agosto do ano passado e julho deste ano é de 11.968 quilômetros quadrados, contra 11.532 do período anterior – agosto é o último período da época de secas na região, fase em que há aumento de desmatamento.
A região com a maior área desmatada na região é o Estado do Pará, com 5.180 quilômetros quadrados – número que correspondente a quase 50% do total registrado em toda a região amazônica.
Metas – A expectativa do ministro em 2009 é de redução no índice anual de desmatamento, uma vez que o governo federal vai adotar política de “metas” para diminuir os crimes ambientais praticados na Amazônia.
“Estabelecer metas não era a política do governo, mas passou a ser. Isso será anunciado pelo presidente Lula no dia 1º de dezembro, no anúncio do primeiro Plano Nacional de Mudanças Climáticas. Vão ser metas de redução progressiva, a cada quatro anos, que vão depender dos governos estaduais, do setor produtivo”, disse.
Minc não quis adiantar as metas que serão anunciadas pelo presidente, mas ressaltou que o novo sistema poderá funcionar se houver cooperação entre todos os entes envolvidos na preservação ambiental.
“As metas serão alcançadas se o governo fizer sua parte, os governos estaduais ampliarem o controle de zoneamento, e o consumidor também exigir recibo do plano de manejo. É um esforço planetário, porque o desmatamento da Amazônia é grande contribuição para o aquecimento do planeta, que a gente quer reverter.” (Fonte: Gabriela Guerreiro/ Folha Online)