Os dois governantes afirmaram sua intenção de que o projeto europeu contra a mudança climática siga adiante na cúpula, que se iniciará na próxima quinta (11), em Bruxelas, o que na prática deixa uma estreita margem de negociação para superar os obstáculos colocados por Alemanha, Polônia e países do leste da União Européia (UE).
A Polônia lidera o grupo de membros do leste europeu que colocaram reservas ao pacote de meio ambiente, utilizando como desculpa a crise financeira e o alto custo que esta teria para suas economias, fortemente dependentes do carvão (combustível fóssil mais poluente).
A chanceler alemã, por sua vez, é uma das maiores defensoras do meio ambiente. No entanto, anunciou que bloqueará os acordos climáticos na próxima cúpula de Bruxelas se puserem em perigo os postos de trabalho na Alemanha, afetada pelos problemas financeiros globais.
Tusk reconheceu que “o sucesso não será fácil”, mas antecipou que nem Polônia nem Alemanha optam pelo veto – o que deixa uma porta aberta para uma solução para a ecologia do continente.
“O veto não é nosso propósito, trata-se de uma saída para um final dramático”, disse o chefe do governo polonês.
Tusk mostrou-se confiante de que, em Bruxelas, serão levadas em conta as peculiaridades de cada país membro na hora de elaborar seu plano para o meio ambiente, um conjunto de mecanismos fundamental se a Europa quiser lutar com efetividade contra a mudança climática.
Para a chanceler alemã, o encontro de hoje serviu para dar um grande passo rumo ao entendimento que permite manter “um otimismo com cautela”, mas reconheceu que a reunião de Bruxelas será “muito importante” para conhecer o futuro deste plano comunitário.
Após o encontro de segunda-feira, Tusk mostrou-se satisfeito com o entendimento entre Polônia e Alemanha sobre as objeções que cada um mantém em relação ao plano ambiental, uma boa sintonia que até o momento os dois países nunca tinham tido.
“As relações entre Polônia e Alemanha podem ser um exemplo para toda Europa”, disse Tusk. (Fonte: Folha Online)