As medidas incluem o corte de emissões em entre 5% e 15% até 2020, em relação aos níveis de 2000.
Também está prevista a implementação de um esquema de mercado de carbono até 2010, em que indústrias poluidoras terão de receber licença do governo para emissões.
Esse esquema deverá cobrir 75% das emissões e as mil maiores empresas do país. Não serão incluídos, porém, os fazendeiros australianos, que já sofrem os impactos da seca que assola o país.
Críticas – Logo após sua divulgação, o plano australiano já foi alvo de críticas. O discurso de Rudd, em Camberra, chegou a ser interrompido brevemente por manifestantes.
Os críticos afirmam que as medidas anunciadas ficam aquém dos cortes drásticos considerados necessários por ambientalistas para evitar mudanças climáticas catastróficas.
O plano, por exemplo, só irá buscar cortes de 15% nas emissões até 2020 caso um acordo global sobre mudanças climáticas seja firmado.
Os críticos dizem também que as metas propostas pela Austrália são modestas se comparadas às da União Européia (de cortes de 20% até 2020, em relação aos níveis de 1990).
No entanto, Rudd disse que, quando levado em conta o crescimento populacional, os cortes per capita propostos pelo governo australiano são comparáveis aos da Europa.
O primeiro-ministro disse ainda que o plano busca equilibrar as necessidades ambientais e de uma economia competitiva.
O Partido Verde disse que a proposta de redução mínima de 5% é um “constrangimento global”.
Economia – Com uma economia fortemente dependente de energia à base de carvão, a Austrália tem o maior nível de emissão per capita entre os países desenvolvidos.
O país tem sofrido uma série de secas recentemente e deve ser um dos mais atingidos pelo aquecimento global, segundo especialistas.
Ao assumir o governo, no ano passado, Rudd prometeu uma nova era de liderança da Austrália no combate às mudanças climáticas.
O premiê marcou uma ruptura com o passado ao assinar o Protocolo de Kyoto, o que seu antecessor, John Howard, havia recusado.
No entanto, recentemente Rudd tem sido acusado de restringir sua política ambiental para limitar o impacto sobre a indústria de carvão e sobre a economia australiana de forma mais ampla. (Fonte: Estadão Online)