O ativista Paul Watson, capitão do navio Sea Shepherd, disse que duvida que a Austrália vá bloquear seu navio – o Steve Irwin – quando ele chegar a Hobart, na Tasmânia, na semana que vem.
O Japão disse na terça-feira, 6, que planeja pedir à Austrália que proíba o navio de atracar em seus portos, embora autoridades australianas tenham dito que não receberam nenhum pedido formal.
Ativistas a bordo do navio, batizado com o nome do ambientalista australiano Steve Irwin, têm perseguido a frota baleeira japonesa por 3.200 quilômetros e, no mês passado, jogaram garrafas de óleo de rícino nos baleeiros. Eles estão, no momento, a cerca de 4 mil quilômetros ao sul de Hobart.
“Eu não posso ver a Austrália banindo um navio chamado ‘Steve Irwin'”, disse Watson. “O Japão está sendo extremamente arrogante fazendo esse pedido.”
Na terça-feira (6), o Japão – que foi descrito pelos ativistas como terrorista – disse que pediria aos países onde o navio tentasse parar para que não permitisse sua entrada.
“Eles obstruíram nossas atividades no passado, e suas ações são extremamente perigosas”, disse o Ministro do Exterior Chiharu Tsuruoka. “Eles são como piratas.”
Watson ressaltou que o Steve Irwin usou os portos australianos por diversos anos em suas expedições, e partiu para sua viagem atual da cidade de Brisbane, na costa leste do país.
Em declaração, a primeira-ministra Julia Gillard disse que a Austrália não recebeu um pedido do Sea Shepherd para reabastecer em Hobart, mas ressaltou que o Steve Irwin já usou portos australianos em outras ocasiões.
“Qualquer decisão do Steve Irwin para acessar portos australianos, ou de qualquer outro navio, deve ser feita de acordo com os procedimentos usuais da lei”, disse Gillard, que está substituindo Kevin Rudd durante suas férias.
O Japão suspendeu temporariamente sua caça à baleia em águas antárticas depois que um membro da tripulação aparentemente caiu na água na segunda-feira, 5. O acidente não está relacionado com os manifestantes.
Watson disse que ele e sua tripulação se ofereceram para ajudar na busca pelo homem, apesar dos conflitos. “Nós temos gravações em que dizemos especificamente ‘não estamos aqui para incomodar vocês, estamos aqui para ajudar”, disse. “E a resposta deles é que eles não queriam nenhuma ajuda de uma organização ecoterrorista.” (Fonte: Estadão Online)