De acordo com José Martins, essa ação veio consolidar a política brasileira de proteção aos golfinhos e baleias, não só nacionalmente como internacionalmente. Com base na Convenção Internacional da Baleia, que é uma organização da ONU, que regula a proibição ou a liberação da caça, os ministérios do Meio Ambiente e das Relações Exteriores conseguiram definitivamente fazer com que esse tipo de ação fosse extinta no Brasil.
“O Brasil vem tendo posições muito modernas e conservacionistas, e a criação do santuário de baleias e golfinhos no Brasil consolida essa posição e abre caminho para o grande sonho não só do Brasil, mas de todas as nações conservacionistas, a criação do santuário no Atlântico sul”, explicou Martins.
O objetivo da criação desse santuário é preservar todo o território do Oceano Atlântico sul, protegendo contra qualquer tipo de captura ou matança de baleias e golfinhos. A parte sul dos oceanos Índico e Pacífico e a Antártica – onde a caça já é proibida -, já fazem parte do santuário no combate a este tipo de crime ambiental. Essa união permitirá que todo o hemisfério sul fique livre da captura e matança de baleias e golfinhos.
Segundo José Martins, desde 1987 a caça no Brasil era ilegal. Mas era simplesmente uma ação que proibia. Desde essa época vários ambientalistas vêm tentando fazer que o governo definitivamente transformasse essa proibição em lei. “Muitas pessoas têm opiniões diferentes a respeito do assunto. Mas é importante a preservação desses animais”, disse o oceanógrafo.
“Nosso objetivo é estender essa ação para todo o Atlântico sul. As baleias brasileiras não migram para o hemisfério norte, e isso é bom, pois as baleias vivas valem muito mais do que as mortas”, disse Martins. Segundo o oceanógrafo não é só pela cadeia ambiental ou pela importância ecológica que elas têm, mas também pelo fator econômico.
“Hoje em dia o turismo, devido à movimentação de baleias no Brasil, trouxe ao país, em 2006, cerca de 225 mil pessoas, onde cerca de 50 mil dólares foram gastos com passeios para ver baleias e golfinhos, um movimento na economia geralmente em localidades pequenas, onde não tem muitos atrativos. Cerca de 70 mil pessoas visitam Fernando de Noronha, durante o ano só para ver os golfinhos”, explicou.
Para José Martins, essa preservação da costa brasileira, foi uma atitude importante do governo brasileiro, que além de preservar vai beneficiar o turismo. “O Brasil irá beneficiar economicamente as pessoas que estão no litoral brasileiro, principalmente pescadores que estão parados e podem encontrar no turismo outra fonte de renda”, ressalta.
Atualmente seis países matam e comercializam estes animais, o que é proibido de acordo com a convenção internacional, que libera a caça só para pesquisas científicas e o aproveitamento turístico ordenado. “O Japão é um dos países que caçam baleias, e às vezes, não conseguem nem vender a carne. Isso é um prejuízo para o meio ambiente”, ponderou José Martins. (Fonte: Radiobrás)