O novo estudo demonstra, pela primeira vez, o que já vinha sendo observado há algum tempo: o crescente aquecimento provocado pelo homem do clima, através da análise de como o clima da região mudou ao longo de 65 milhões de anos.
O estudo conclui,ainda, que a quantidade e a velocidade do derretimento de gelo no verão das últimas décadas é altamente incomum, na comparação com eventos dos milhares de anos anteriores, especialmente considerando que mudanças na órbita da Terra durante esse tempo tornaram o derretimento do gelo menos, e não mais, provável.
Em 2008, o volume de gelo no Ártico atingiu o menor nível já registrado, embora a temperatura média do planeta no ano (14,3°C) tenha sido, por uma fração de grau, a mais baixa do século.
Segundo a pesquisa, a taxa atual de aquecimento provocado pela ação humana no Ártico é comparável a picos naturais documentados por reconstruções de climas passados. No entanto, algumas projeções futuras para o aquecimento provocado pelos humanos superam esses picos de variação natural.
E a equipe de pesquisa alerta: “O passado conta que, quando os limites no sistema climático são ultrapassados, as mudanças climáticas são muito grande e muito rápidas. Não podemos descartar que o aquecimento provocado pelo homem vá desencadear esses eventos no futuro.”
Um aquecimento de apenas alguns graus (aproximadamente 2º C a 7º C acima da média dos valores do século 20) provavelmente causará o desaparecimento completo da camada de gelo da Groenlândia, o que aumentaria o nível do mar em vários metros.
Segundo um estudo anterior, mais de 2 trilhões de toneladas de gelo terrestre da Groenlândia, Alasca e Antártida derreteram-se desde 2003, elevando o nível do mar 0,5 centímetros em 5 anos.
“Integrando pesquisas sobre a mudança climática nos 65 milhões de anos passados em todo o círculo Ártico, nós temos uma melhor compreensão sobre como a mudança climática afeta a região e como esses efeitos podem ter impacto em toda a Terra”, disse o diretor da USGS, Mark Myers.
Essa pesquisa é resultado de uma síntese da literatura científica publicada sobre o assunto e foi realizada por uma equipe de 37 cientistas da academia e do governo dos Estados Unidos, além de contribuições de pesquisadores da Alemanha, Canadá, Reino Unido e Dinamarca. (Fonte: Estadão Online)