O especialista afirmou ainda que as temperaturas futuras “vão passar de qualquer valor que tenha sido previsto”.
Field fez o alerta no sábado, durante o encontro anual da Associação Americana para o Progresso da Ciência (AAAS, na sigla em inglês), em Chicago.
Ele foi um dos autores do relatório divulgado pelo IPCC em 2007, que estimava que as temperaturas iriam subir entre 1,1ºC e 6,4ºC até o fim deste século.
O cientista, no entanto, diz que o relatório subestimou seriamente a escala do problema. Ele apresentou dados novos que mostram que as emissões dos chamados gases do efeito estufa aumentaram muito mais rapidamente que o esperado entre 2000 e 2007.
Segundo Field, este aumento foi provocado principalmente pela queima de carvão para obter energia elétrica na China e na Índia.
“Estamos basicamente olhando agora para um futuro climático que está muito além de qualquer coisa que tenhamos considerado nas políticas climáticas”, afirmou.
Ele disse ainda que o impacto nas temperaturas ainda é desconhecido, mas o aquecimento tende a se acelerar em um ritmo muito mais rápido e a provocar ainda mais danos ambientais do que se previa.
De acordo com o cientista, isso incluiria a seca de florestas nas áreas tropicais, tornando-as muito mais vulneráveis a queimadas.
As temperaturas mais altas também poderiam acelerar o derretimento do permafrost – tipo de solo da região do Ártico -, aumentando dramaticamente a quantidade de carbono na atmosfera.
“Sem uma ação efetiva, as mudanças climáticas vão ser maiores e muito mais difíceis de se lidar do que pensávamos”, concluiu. (Fonte: Estadão Online)