Uma comissão formada por técnicos italianos e suíços verificou a redução das geleiras na cordilheira europeia e revelou que ela é tão ampla que seria necessário rever a área limítrofe entre os dois países, definida em 1941.
A atual fronteira envolve zonas de planície e de altas montanhas, cobertas de gelo, onde a fronteira foi definida pela crista da geleira e por onde escorre a água de degelo.
Entretanto, em alguns pontos, o gelo já teria desaparecido e “a linha do cume da geleira nem sempre coincide com a da rocha que está por baixo”, disse o deputado italiano Franco Narducci, membro da comissão de assuntos internacionais da Câmara dos Deputados e relator da lei no país.
“Com a mudança climática e a diminuição das geleiras, que pode ser vista a olho nu em muitas zonas, é preciso retomar as medições, que, desta vez, serão feitas com o uso de aviões. Estabeleceu-se que onde não há mais geleira, a nova linha de demarcação será o topo da rocha.”
De acordo com os especialistas, por causa da diminuição das geleiras, vai ser necessário acabar com o conceito de fronteira fixa e introduzir o de fronteira flexível, que muda com a redução das geleiras.
“Ter que fixar novas fronteiras representa um alarme sobre o que está ocorrendo nos Alpes do ponto de vista climático e de impacto ambiental”, avalia Narducci.
A aprovação das leis na Suíça e na Itália para mudar a fronteira é considerada uma formalidade. Os dois países já estão de acordo e trocaram protocolos a respeito.
O projeto de lei apresentado ao Parlamento italiano pelo ministro das Relações Exteriores, Franco Frattini, deve ser votado em abril. (Fonte: Estadão Online)