A reunião de três dias dos países do Grupo dos Oito e das principais economias em desenvolvimento, inaugurada nesta quarta-feira (22) na Sicília, tem sido saudada como o ponto de partida para um acordo sobre mudança climática patrocinado pela ONU, previsto para ser aprovado em dezembro em Copenhague.
Todos os olhos se voltaram para a delegação norte-americana, uma vez que o presidente Barack Obama prometeu reduzir as emissões de gases-estufa dos EUA para os níveis de 1990 até 2020, injetando ânimo às negociações de Copenhague. Seu antecessor, George W. Bush, rejeito o Protocolo de Kyoto, que será substituído pelo novo acordo deste ano.
“Não é suficiente e os EUA precisam fazer mais,” disse à Reuters Yvo de Boer, a principal autoridade da ONU para mudança climática.
“Sem a liderança dos países do G8, não haverá uma resposta internacional à mudança climática. Esse encontro precisa mostrar o caminho.”
Cientistas dizem que os países industrializados como um todo precisam reduzir as emissões de carbono para entre 24 e 40 por cento dos níveis de 1990 a fim de evitar um impacto severo da mudança climática.
De Boer afirmou que existe vontade política para fechar um acordo em Copenhague e que a crise econômica dá a chance de promover a tecnologia verde como parte dos pacotes de estímulo – algo que países em desenvolvimento como China e Coréia fizeram, segundo ele.
O encontro do G8, inaugurado no Dia da Terra, reuniu pela primeira vez nove economias em desenvolvimento, incluindo Brasil, Índia e China, num esforço para pressionar por um consenso mundial.
De Boer pediu que a conferência aprove um pacto de cooperação tecnológica entre os membros do G8 e países em desenvolvimento. Ele disse que se encontraria com autoridades de países industrializados a fim de pressionar por dinheiro para ajudar a financiar a mudança tecnológica do mundo em desenvolvimento, uma das principais demandas dos países mais pobres do mundo. (Fonte: Estadão Online)