O projeto foi aprovado pela Câmara no final da noite de quinta-feira (14), ao mesmo tempo em que cerca de 30 senadores realizavam uma vigília em defesa da Amazônia junto a ativistas de ONGs, que terminou na manhã de sexta-feira.
A senadora Marina Silva (PT-AC), ex-ministra do Meio Ambiente, disse que “o Senado terá sua oportunidade para reparar o que não foi aprovado na Câmara dos Deputados, evitando consequências nefastas para a Amazônia”.
A lei foi proposta pelo governo federal e propõe a regularização de terrenos com até 1.500 hectares que foram ocupados na Amazônia antes de 2004.
A proposta original inclui firmes compromissos para os que receberem os títulos de propriedade. Eles seriam obrigados a recuperar as áreas já desflorestadas e teriam limites para novas derrubadas de árvores.
No entanto, a chamada “bancada rural” amenizou tais obrigações no projeto e, além disso, acrescentou um artigo que estabelece que o governo deve indenizar os fazendeiros que perderem a propriedade no caso de descumprimento das leis ambientais.
O projeto agora inicia um difícil trâmite no Senado, no qual deverá passar por três comissões antes de chegar ao plenário para o debate definitivo.
O secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência, Roberto Mangabeira Unger, defendeu hoje o projeto original e afirmou que “não haverá desenvolvimento [na Amazônia] sem preservação”.
Mangabeira Unger afirmou que “é necessário fazer tudo ao mesmo tempo” e observou que “o problema prioritário é o controle da terra”.
Segundo o secretário, apenas 4% das terras amazônicas que estão em mãos privadas estão devidamente regularizadas. (Fonte: Folha Online)