O estudo se baseia nos dados transmitidos pela sonda Oportunity, que percorreu por mais de dois anos a cratera Victoria, de 750 metros de diâmetro e resultante do impacto de um meteorito contra o planeta.
Segundo cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (JPL, na sigla em inglês), o passeio da Oportunity pela cratera Victoria revelou o efeito da água e dos ventos em sua configuração.
Os primeiros indícios de água em Marte foram detectados a partir do espaço, em 2002, e dois anos depois, a Opportunity e o veículo gêmeo Spirit confirmaram que houve água no planeta há muitos anos.
No entanto, dados concretos sobre a influência que a água e o vento tiveram no relevo do planeta nunca tinham sido divulgados.
“O que nos levou à cratera Victoria foi a camada exposta de rochas”, disse Steve Squyres, cientista da Universidade Cornell, de Nova York, responsável pelas operações da Spirit e da Opportunity.
As autoridades científicas da Nasa declararam que a Spirit e a Opportunity teriam somente três meses de vida ativa, a partir de seu desembarque em Marte em janeiro de 2004.
Mas os dois equipamentos superaram as difíceis condições do planeta e, apesar do desgaste de seus sistemas, continuam funcionando e transmitindo informação científica sobre a geologia de Marte.
Com os instrumentos de seu braço robótico, a Opportunity analisou a composição e textura das rochas na cratera, além de outra região do planeta identificada como Duck Bay.
Algumas rochas encontradas na cratera estão expostas por causa de um impacto e contêm pedaços esféricos ricos em ferro, que se formaram quando a água penetrou nas rochas, disse o JPL, em comunicado.
A análise dos dados e a observação das imagens também ajudaram a determinar que o vento proporcionou a formação de dunas, que, sob a influência de água, se transformaram em massas de pedra arenosa.
A Opportunity abandonou a zona de prospecção há oito meses e desde então percorreu parcialmente parte da cratera Endeavour, 20 vezes maior que a Victoria. (Fonte: Estadão Online)