Jorge Auques, membro da organização do evento, disse que o papel da juventude dentro das comunidades indígenas é dinâmico e mais ativo do que se pensa. “Queremos mostrar que somos capazes de nos inspirar nos mais velhos para organizar uma rede internacional de juventude dos povos originários. O jovem não é apenas aquele que acompanha, mas o que se prepara para dirigir o futuro e os interesses da comunidade”, afirmou.
Segundo ele, um dos problemas que mais preocupam os jovens indígenas atualmente é a contaminação de rios amazônicos por derivados de petróleo. “Essa contaminação obriga as comunidades a abandonar seus territórios, rios e bosques. Obriga todos a se afastar e ainda causa sérios problemas para a biodiversidade”, disse.
A plurinacionalidade e a autonomia dos territórios são temas centrais na pauta de reivindicações dos jovens indígenas. Nadino Calapucha, líder andino, afirma que antes de ser equatoriano, ele se identifica como quéchua amazônico. “Queremos que os Estados reconheçam nossa plurinacionalidade e vamos lutar para que tenhamos autonomia dos nossos territórios”, afirmou.
Para a jovem indígena peruana Roxana Pari Bravo, a juventude também precisa assumir a responsabilidade por seu povo e assumir o protagonismo nas comunidades. “Podemos fazer muito por nosso povo e pela nossa sociedade, a partir de onde nos encontramos. Sejamos agricultores, donas de casa, professores”, disse. “Se amamos nosso povo, vamos trabalhar pelo desenvolvimento dessa terra. Para fazer isso, não necessitamos do poder, não necessitamos estar em um governo”, completou Roxana.
Após a 4ª Cúpula dos Povos e Nacionalidades Indígenas de Abya Yala, os jovens indígenas esperam que seja formada uma coordenadoria das juventudes para o Continente Americano. (Fonte: Radiobrás)