A diferença de 3 milhões de sementes utilizadas anualmente pelos pequenos produtores de cacau de Rondônia aumentará porque, há duas semanas, cerca de 200 pessoas invadiram a Extex-OP e cortaram, durante a madrugada, por alguns dias, aproximadamente 80% de um campo de 12 hectares de produção de sementes. Desde o dia 23 de junho, quando foi determinada a reintegração oficial de posse, a Polícia Federal garante a segurança da estação e investiga a responsabilidade do ato criminoso.
“Além do prejuízo ambiental, porque se trata de árvores nativas da Amazônia, não só o cacau, mas também o mogno e o cedro sombreando o cacau, o maior prejuízo é o técnico-científico. As árvores que foram cortadas são cacaueiros selecionados como matrizes, plantadas há mais de 30 anos, para a produção de sementes melhoradas de cacau, com as características de produtividade e resistência à doenças para a Amazônia”, afirmou Muller.
Para o diretor da Ceplac, sem computar o investimento técnico-científico, cada hectare de plantação de cacau custa até R$ 25 mil. Além disso, cada área plantada demora cerrca de sete anos para começar a produzir. As sementes que deixarão de ser doadas por causa da plantação destruída, diminuindo a oferta, custarão mais de R$ 100 mil para serem adquiridas no mercado.
A alternativa seria de compensar a perda com sementes produzidas na Bahia, mas não há comprovação de que elas tenham a mesma produtividade e resistência ao ambiente da Amazônia. A Polícia Federal está levantando os nomes dos suspeitos de invadir a Estex-OP e destruir a sementeira de cacau. As investigações não têm prazo de conclusão. (Fonte: Danilo Macedo/ Agência Brasil)