Um modelo matemático apresentado na quinta-feira (30) no artigo de capa do periódico científico “Nature”, estimou a energia cinética gerada por todos os seres marinhos quando eles nadam. As contas foram validadas por alguns mergulhos para observar o deslocamento de água feito pelas águas-vivas.
Dos pequenos integrantes do zooplâncton até os peixes e grandes mamíferos, tudo entrou na equação. Resultado: os animais geram uma enorme agitação na água, da ordem de 1 trilhão de watts.
Apenas como comparação, em todo o mundo, são consumidos aproximadamente 14 trilhões de watts por ano.
O número apresentado pelo estudo do Instituto de Tecnologia da Califórnia é significativo. De acordo com ele, o movimento dos animais no fundo do mar gera tanta energia quanto as marés ou os ventos que sopram sobre os oceanos, afirmou à Folha Kakani Katija, pós-graduanda autora do estudo.
Entender como as massas de águas oceânicas se misturam, e, antes, quais são as fontes de energia para que isso ocorra, tem várias implicações. São esses fluxos que promovem, por exemplo, a circulação dos nutrientes entre áreas mais ricas -de águas mais frias- para zonas pobres, de águas que normalmente são mais quentes.
O peso da agitação feita pelos animais é discutido desde 1950, quando o neto de Charles Darwin, que era físico, rascunhou essa ideia. Se as novas estimativas estiverem corretas os modelos climáticos oceânicos também terão de ser recalibrados. (Fonte: Eduardo Geraque/ Folha Online)