Cientistas estão preocupados com a destruição causada por uma espécie de apetite voraz: o peixe-leão (Pterois volitans). Esses animais são um dos maiores invasores das águas dos Estados Unidos e têm causado um desequilíbrio ecológico no Oceano Atlântico, em especial nos ecossistemas da costa leste norte-americana até o Golfo do México.
Em um estudo publicado em 2012 no jornal Marine Ecology Progress Series, cientistas explicaram como ocorre o ataque dos peixes-leão: eles lançam um jato de água a partir da boca e engolem sua vítima por inteiro. O movimento é tão rápido, que mesmo os peixes que estão próximos não percebem o bote. Veja abaixo um vídeo do animal em ação:
“É na verdade bem difícil descrever como um peixe-leão se alimenta, pois ele o faze em um segundo”, afirmou Kristen Dahl, pesquisador da Universidade da Flórida, ao portal Live Science.
Biólogos acreditam que os animais têm dominado a cadeia alimentar devido ao fator surpresa: a espécie é criada tradicionalmente em aquários, então é uma novidade na natureza e acaba não sendo reconhecida por outros peixes como uma ameaça.
Segundo a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês), nos últimos 25 anos vários donos de peixes-leão despejaram os animais de seus aquários no Oceano Atlântico.
Desde os anos 2000 – quando os peixes-leão foram vistos pela primeira vez no oceano próximo ao estado norte-americano da Carolina do Norte –, a espécie tem se espalhado não apenas pelo Atlântico, mas conquistado também o Golfo do México e o Mar do Caribe.
Contendo o predador
Diversos cientistas e empresas estão trabalhando para conter os peixes-leão. São utilizadas armadilhas para capturá-los, baseadas em inteligência artificial para detectar os peixes.
A organização governamental dos Estados Unidos Fish and Wildlife Conservation Commission ajuda no controle dos peixes-leão ao proporcionar encontros nos quais os mergulhadores passam um dia inteiro removendo o máximo de peixes-leão que conseguem.
“Os encontros são uma ótima oportunidade para educar as pessoas sobre o peixe-leão e o perigo de soltá-los do aquário até à natureza”, afirmou Dahl. Por enquanto, há sinais de que as ações têm feito sucesso: em locais de mergulho no arquipélago Florida Keys, os mergulhadores não costumam mais ver o peixe-leão.
Fonte: Revista Galileu