“A descoberta abre uma gama de possibilidade de pesquisa muito grande, que vai ajudar ainda o estudo da origem do voo. Provamos que temos um arranjo totalmente diferente do que pensávamos”, explica o explica o paleontólogo brasileiro Alexander Kellner, responsável pela pesquisa.
Lâmpadas UV – A descoberta foi feita graças a uma nova tecnologia que, com lâmpadas UV e filtros, conseguiu identificar mais camadas de tecidos do que as que já haviam sido mapeadas até então.
Essas estruturas das asas, chamadas de picnofibras segundo o estudo, permitia que esses animais as esticassem e as retraíssem em diferentes direções, contrariando a teoria de que eles apenas planavam. Se compararmos a um morcego, dizem os especialistas, tinham asas mais resistentes e com estabilidade e controle maiores.
Fibras e detalhes – Antes da descoberta, a classe científica só havia comprovado a existência de fibras estruturais chamadas de actinofibras.
“São arranjos das fibras não existe em nenhum outro animal vivo hoje. Mas ainda não conseguimos definir de que elas são feitas exatamente, se de fibras musculares, colágeno ou outro material”, afirmou o pesquisador.
A pesquisa foi feita com base num fóssil de uma espécie chamada de Jeholopterus ningchengensis, com cerca de 90 cm de envergadura, encontrado em 2004. O material incluía ainda tecidos moles do animal.
O estudo foi realizado por pesquisadores do Setor de Paleovertebrados do Departamento de Geologia e Paleontologia do Museu Nacional/UFRJ, do Museu de Ciências da Terra do Departamento Nacional da Produção Mineral, do Museu Jurássico de Eichstaedt, na Alemanha, e do Instituto de Paleontologia de Vertebrados e Paleoantropologia de Beijing, na China.
Curiosidades – Para os estudiosos, os pterossauros não são aves nem dinossauros, mas répteis voadores que surgiram há 220 milhões de anos.
Eles teriam sido os primeiros vertebrados adaptados para um voo ativo e, justamente por voarem, seus restos fósseis são muito raros de serem encontrados. (Fonte: Alícia Uchôa/ G1)